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Angolanos lembram bravura dos heróis do 4 de fevereiro

Angola celebra, hoje, 4 de Fevereiro, 64 anos do início da Luta Armada de Libertação Nacional, sob o lema “Angola 50 anos: Preservar e valorizar as conquistas alcançadas, construindo um futuro melhor”.

O município do Negage, na província do Uíge, acolhe o acto central das celebrações, a serem assinaladas nas demais regiões do país e nas missões diplomáticas e consulares.

A data está registada na História de Angola por ter sido o marco da Luta Armada que culminou, 14 anos depois, com a proclamação da Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975, pondo fim à ocupação colonial portuguesa.

Foi na madrugada do dia 4 de Fevereiro de 1961 que mais de 200 angolanos, armados de catanas e outras armas brancas desencadearam uma série de ataques a várias cadeias para libertar presos políticos do regime colonial português.

Os ataques à Casa da Reclusão Militar, às cadeias da PIDE e da 7ª Esquadra da Polícia de Segurança Pública, bem como à Emissora Oficial de Angola, em Luanda, culminaram com a morte de 40 nacionalistas, seis polícias e um militar, de acordo com dados oficiais.

Paiva Domingos da Silva, Imperial Santana, Virgílio Sotto Mayor e Neves Bendinha foram alguns dos responsáveis pela coordenação do assalto, que teve o padre Manuel das Neves como principal inspirador. O principal objectivo era a libertação dos presos políticos, acusados pelo regime colonial português de actividades subversivas a favor da Independência de Angola.

Os participantes, especialmente os ligados ao MPLA, referem, no entanto, que os preparativos começaram em Outubro de 1960 e, no mês seguinte, os nacionalistas estavam a treinar questões mais práticas como manejar as catanas ou desarmar uma sentinela.

Os treinos decorriam durante a noite, inicialmente na zona de Cacuaco, e posteriormente no Cazenga, no local onde foi erguido o Marco Histórico do 4 de Fevereiro.

A escolha do dia do ataque teve em conta o facto de estarem em Luanda muitos jornalistas estrangeiros que aguardavam a chegada do navio “Santa Maria”, que tinha sido assaltado alguns dias antes no alto mar por um grupo liderado por opositor ao regime de Salazar.

A presença dos jornalistas garantiu a projecção mediática internacional do ataque lançado pelos nacionalistas angolanos que, vestidos de calções e camisolas pretas e armados com catanas e paus assaltaram a Cadeia de S. Paulo e a Casa de Reclusão de Luanda.

Agostinho Miguel Inácio “Kisekele”, que um dos protagonistas do 4 de Fevereiro, conta que estavam mobilizados 3.123 jovens, mas apenas 250 entraram em acção, por causa da repressão das autoridades coloniais.

Reforçar o sentido de patriotismo

Para manter viva a importância destes factos históricos e transmiti-los às gerações posteriores, reforçar o sentido de patriotismo e os valores da liberdade, paz e solidariedade, a data foi elevada à categoria de Feriado Nacional.

As comemorações deste ano decorrem sob o signo do 50.º Aniversário da Independência Nacional, como reconhecimento do contributo dos “Heróis do 4 de Fevereiro” na edificação de Angola enquanto Nação Soberana e livre.

A resolução n.º 31/07, de 25 de Abril, do Conselho de Ministros e o Decreto Presidencial n.º 156/12, de 29 de Junho, estabelecem que as comemorações do 4 de Fevereiro, visam os seguintes objectivos específicos: Destacar o exemplo dos Heróis do 4 de Fevereiro para as novas gerações, motivando-as a participar, de forma activa, no processo de criação de condições para a melhoria de vida da população, e para que se atinjam níveis de desenvolvimento que permitam instaurar o bem-estar de todos e consolidar o Estado Democrático e de Direito.

As actividades inseridas nas comemorações visam, ainda, recordar a importância da data, sensibilizar e mobilizar todas as forças vivas da Nação para o seu envolvimento activo nas tarefas para a consolidação da paz, a reconciliação nacional e a reconstrução do país, em todas as suas vertentes, bem como reverenciar as personalidades ligadas ao 4 de Fevereiro de 1961 e fortalecer em cada angolano o sentimento patriótico.

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