Anunciada oficialmente em Agosto, a entrada da Sonangol no capital da empresa angolana Tosyali Iron & Steel Angola S.A., que opera a histórica mina de Kassinga, município da Jamba (também conhecido como Jamba Mineira), província da Huíla, continua a ser um mistério por resolver, já que até ao momento não foi divulgado pela empresa (ou pelo Governo) o investimento previsto e o capital que ficará nas mãos da Sonangol.
Em termos estratégicos, também não é fácil de perceber a entrada da petrolífera num sector alheio à actividade tradicional, sobretudo quando a concentração no seu “core business” foi anunciada pelo Governo como uma medida urgente para salvaguardar a saúde financeira da Sonangol. A petrolífera nacional acumula um histórico de péssimos resultados, falta de transparência e permeabilidade política nas suas incursões fora do petróleo, realidade que quase levou a empresa à bancarrota em 2014.
Ao mesmo tempo que este movimento rumo à exploração de ferro e aço (no futuro) levanta dúvidas sobre sustentabilidade e lógica empresarial, também a empresa parceira, a Tosyali Iron & Steel Angola S.A., não parece ser a mais indicada, já que a sua experiência está totalmente fixada no sector siderúrgico e não na exploração mineira e na produção de ferro.
“É um mau formato, seja qual for o enquadramento que lhe quisermos dar”, defende o consultor independente Mário Rui Pires, que chegou a ser secretário de Estado para o Investimento Público entre Outubro de 2012 e Fevereiro de 2015.
Fonte: IA