Angola produziu 11 milhões de barris a mais nos primeiros seis meses deste ano face ao período homólogo de 2023. Com esta produção, está 64 mil barris de petróleo/dia acima da meta que o Governo inscreveu no OGE 2024. Também o preço está acima do que está previsto no orçamento.
Angola produziu nos primeiros seis meses do ano quase 204,6 milhões de barris de petróleo, equivalente a uma média diária de 1,124 milhões de barris, o que representa um crescimento de 5% face aos 1,069 milhões produzidos diariamente em média no I semestre do ano passado, de acordo com cálculos da imprensa com base nos relatórios mensais da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG).
O País produziu quase 204,6 milhões de barris em seis meses, o que equivale a 53% dos 308,0 milhões de barris que o Executivo previu no relatório de fundamentação do Orçamento Geral do Estado de 2024. Contas feitas, Angola produziu 11 milhões de barris a mais nos primeiros seis meses deste ano face ao período homólogo de 2023.
Com este crescimento, a produção média de 1,124 milhões de barris/dia no I semestre está assim 64 mil barris acima dos 1,060 milhões de barris/dia de média que o Governo inscreveu no OGE de 2024.
E se a produção aumentou nos primeiros seis meses do ano, a exportação também. As receitas brutas com a exportação de petróleo angolano cresceram 13% para 16,0 mil milhões USD no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2023 quando o País alcançou um total de 14,2 mil milhões USD, apurou à imprensa com base nos dados do Ministério dos Recursos Minerais Petróleo e Gás (MIREMPET). O aumento das receitas em 1,9 mil milhões USD no primeiro semestre deste ano em relação ao período homólogo está ligado ao aumento do volume de exportação, bem como com o aumento do preço médio de exportação, que saiu de 77,4 USD para 81,3 USD, muito acima dos 65 USD que o Governo inscreveu no OGE como o preço médio de exportação para este ano.
Para o economista-chefe da consultura Eaglestone, Tiago Dionísio, estes dados que evidenciam “alguma recuperação” do sector petrolífero no primeiro semestre de 2024 face ao período homólogo, resultam sobretudo do período negativo em termos de produção verificado no I semestre do ano passado. “De notar que os dados do IN sobre o PB do sector petrolífero para os primeiros três meses deste ano revelarem um forte crescimento de 6,9% em relação ao período homólogo e, tendo em conta estes dados sobre a produção de crude no segundo trimestre, o mesmo deverá acontecer quando forem divulgados os dados do PIB para esse período. Contudo, também importa salientar que o sector petrolífero sofreu alguma pressão nos primeiros seis meses de 2023 e que, por isso, a base de comparação é favorável ao primeiro semestre de 2024”, sublinhou o economista ao Expansão.
E acrescenta: “Em suma, o sector petrolífero mostra alguns sinais de recuperação depois das paragens forçadas para manutenção nalgumas plataformas petrolíferas, bem como avarias em determinados blocos petrolíferos, registados em 2023. Veremos se esta recuperação será sustentável ou não”.
A China continua a ser o maior cliente do petróleo angolano. Só no II trimestre ficou com 54,8% do crude produzido em Angola, seguindo-se a Espanha com 8,0% e a Índia com 7,8%. Canadá (4,1%) e França (3,7%) fecham o top 5 dos clientes do petróleo angolano.
Fonte: Expansão