Segundo o FMI, Angola é dos poucos países da região em que a taxa de inflação ultrapassa significativamente a meta do banco central e deve continuar a subir.
O representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Angola, Victor Duarte Lledo, defendeu, esta semana, que o Banco Nacional de Angola (BNA) deve apertar mais a política monetária até que a taxa de inflação volte a cair e enquadra-se dentro da meta estabelecida pelo banco Central. Em Angola, a taxa de inflação continua subir e já está acima dos 28%.
Victor Duarte Lledo apresentou as perspectivas económicas regionais para África Subsariana: uma recuperação tímida e dispendiosa. De acordo com mais recente relatório do FMI, Angola é dos poucos países da região em que a taxa de inflação ultrapassa significativamente a meta do banco central e que continua a subir, enquanto grande parte dos países da África Subsariana mostram sinais claros de abrandamento das pressões inflacionistas e a inflação já se situa abaixo ou dentro da meta definida.
“Em países que a inflação ultrapassa significativamente a meta da inflação e continua a aumentar, os decisores de política devem ser firmes e tornar a política monetária mais restrita até que a inflação adote uma trajectória claramente descendente e as projecções de inflação regressem ao intervalo definido pelo banco central, este é o caso de Angola”, disse Victor Lledo.
Para combater a trajectória crescente da taxa de inflação que se verifica desde Maio do ano passado, o Comité de Política Monetária do BNA voltou a apertar a política monetária ao elevar a taxa de juro directora (taxa BNA) para 19,5% face os 19,0% anteriormente definidos, bem como o coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional para 21%. Igualmente o banco central definiu uma meta de inflação de 23,4%, uma meta considerada optimista para o actual cenário. A verdade é que a taxa de inflação continua a subir.
Os números mais recentes do INE apontam que o custo de vida a nível nacional aumentou 2,6% em Abril face a Março, tratando-se do valor mais alto desde Agosto de 2016, ao passo que o ritmo anual de aumento do custo de vida está a subir há 13 meses, registando uma taxa de 28,2% em Abril, tratando- -se da taxa de inflação homóloga mais alta desde Junho de 2017. Já na capital do País a situação é ainda mais preocupante, uma vez que face a Abril do ano passado os preços subiram 38,9% em Luanda, a taxa de inflação homóloga mais alta desde Fevereiro de 2017.
Fonte: Expansão