A presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, atirou a data da abertura do canal de Televisão e de Rádio Parlamento para o próximo ano legislativo, que começa a 15 de Outubro de 2024 e termina a 15 de Agosto de 2025.
“A grandiosidade da Assembleia Nacional, o edifício que a todos orgulha pela sua diversidade e utilidade, justifica que tenhamos uma TV e uma rádio”, disse quarta-feira, 29, aos jornalistas, a presidente da Assembleia Nacional depois de uma visita a vários compartimentos do futuro serviço audiovisual do Parlamento, bem como às régies principal e auxiliar.
Para a instalação da TV Parlamento estão encarregadas as empresas TMG, Global Tronic e Criative Touch, esta última incumbida de monitorar todos os equipamentos técnicos a serem instalados.
A presidente da Assembleia Nacional anunciou, no ano passado, que a previsão de lançamento dos canais de TV e da Rádio Parlamento seria em finais do mês Outubro de 2023, aquando da realização da 147ª Assembleia Geral da União Interparlamentar (UIP), o que não veio a acontecer.
Depois, em Outubro, Carolina Cerqueira garantiu a abertura da emissão do canal de Televisão e da Rádio Parlamento durante o segundo ano legislativo da V legislatura da Assembleia Nacional, para o público eleitor e a população em geral acompanharem “com profundidade” os assuntos abordados na Casa das Leis, mas a data da abertura do canal parlamentar voltou agora a ser adiada, desta vez para 2025.
“A Assembleia Nacional tem uma intensa agenda a nível das comissões e dos Grupos Parlamentares e não sentimos que o público eleitor, bem como a população em geral, estejam a acompanhar com profundidade os assuntos que aqui são abordados”, disse na oportunidade Carolina Cerqueira durante uma visita que efectuou ao gabinete institucional do Parlamento.
“A iniciativa será uma experiência inédita ao nível da nossa região, seremos, talvez, o primeiro País a ter uma televisão e rádio de alta qualidade, sobretudo com alta tecnologia na região”, acrescentou.
Segundo ela, os canais de Televisão e Rádio Parlamento serão importantes meios de informação e formação, que permitirão, em tempo record e de forma simultânea, acompanhar as várias actividades desenvolvidas pela Assembleia Nacional, desde reuniões plenárias, reuniões na especialidade, bem como reuniões das comissões de trabalho especializadas.
“Esta casa merece este serviço público de qualidade que vai permitir que, através dos serviços das operadoras de TV, possamos fazer chegar a todo o País, quiçá a nível internacional, os trabalhos da Assembleia Nacional”, referiu.
Carolina Cerqueira referiu também que a televisão vai permitir passar os bons exemplos de representatividade geracional e do género, com 38,7% de mulheres representadas no Parlamento, e com a maior parte dos 220 deputados com idade inferior a 50 anos.
“Todas essas referências mostram a diversidade do que é Angola, a grande qualidade do trabalho que nós desenvolvemos, e, sobretudo, a robustez da nossa democracia”, afirmou a presidente, tendo sublinhado “os esforços para o fortalecimento dos princípios democráticos, através do debate aberto, fraterno, profícuo e com grande espírito de tolerância e de oportunidade”.
Recentemente, o secretário-geral da Assembleia Nacional, Pedro Agostinho de Neri, disse estarem reunidas as condições técnicas e materiais para o início da emissão dos dois órgãos de comunicação social, que terão como missão primária a difusão das acções da Assembleia Nacional e dos seus órgãos.
Referiu que, além da vertente técnica e material, estão igualmente a trabalhar na vertente legal, para ser submetida à aprovação, definindo a linha editorial que respeite a heterogeneidade da família parlamentar e a especificidade dos conteúdos.
Disse haver contactos com o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS) com o intuito de colher contribuições técnicas.
Em relação aos recursos humanos, Pedro Agostinho de Neri adiantou que vão recorrer ao mercado interno e à formação, para se dotar os dois órgãos de capacidades humanas com competências para os desafios definidos, tendo como referência as experiências de Parlamentos de outros países, onde já estão em funcionamento esses canais de comunicação.
De lembrar que a transmissão das sessões parlamentares foi interrompida em 2013, com grande contestação dos deputados da oposição, tendo sido retomada em 2020, pela televisão Pública de Angola.
Fonte: NJ