O governador do Banco Nacional de Angola, Manuel Tiago Dias, prevê uma relativa estabilidade para o kwanza este ano, mas alerta para a possibilidade de aumento na previsão de inflação devido as mudanças nos subsídios aos combustíveis.
Em uma entrevista concedida à imprensa internacional, durante as reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial, Manuel Dias confirmou uma expectativa de inflação ao consumidor de 19% até o final do ano, abaixo dos 20% em 2023 e dos 26,09% em Março.
Ressaltou que essas previsões podem ser ajustadas, “especialmente se houver alterações nos subsídios aos combustíveis, o que poderia resultar em uma inflação mais alta do que a actualmente prevista”.
Os governos africanos, incluindo Angola, têm enfrentado pressões para eliminar os subsídios aos combustíveis devido ao aumento dos custos da dívida e dos preços dos combustíveis, embora isso tenha gerado protestos.
Em 2022, Angola gastou 1,9 biliões de kwanzas em subsídios aos combustíveis, mais de 40% do que o estimado pelo FMI em programas sociais.
Apesar da queda do kwanza frente ao dólar no ano anterior, o governador expressa confiança na estabilidade da moeda, baseado nas actuais condições de mercado.
Reiterou, igualmente, o compromisso de Angola com um regime cambial flexível durante as reuniões da primavera.
Quanto à política monetária futura, Manuel Dias diz estar atento à economia global e aos indicadores internos.
“Os preços do petróleo elevados devem sustentar as receitas de exportação no segundo trimestre”, assegurou e disse que prevê uma oferta mensal de moeda em torno de US$ 600 milhões.
“A intervenção governamental pode aumentar essa oferta, contribuindo para a estabilidade cambial e possivelmente desacelerando a inflação”, avançou.
A próxima reunião de política monetária do BNA está agendada para Maio, após um aumento de 100 pontos base na taxa de juros em Março, elevando-a para 19%.
Fonte: CK