A especialista em Relações Internacionais, Joveth Sousa, disse que Angola não tem condições para receber migrantes deportados devido às crises económicas e sociais que o país enfrenta. A mesma acredita acredita ainda que o silêncio das autoridades angolanas até aqui é para evitar turbulências sociais.
“Acho que as possibilidades disso vir a acontecer são muito remotas, porque Angola é um país com um passado de guerra, e vivemos uma paz ainda muito frágil, olhando para as situações que ocorrem no interior do país, ligadas a uma certa intolerância por parte daqueles que fizeram a guerra”, disse a especialista em entrevista à DW África.
Segundo ainda Joveth Sousa, o país tem enfrentado muitas convulsões sociais e está a viver uma situação económica muito crítica.
“Hoje vê-se populares angolanos a comerem no lixo, famílias angolanas inteiras que não têm uma refeição por dia. A situação em Angola está completamente degradada”, lamentou.
Questionada se os angolanos estariam abertos para aceitar um acordo neste sentido, a especialista em relações internacionais fez saber que um acordo relacionado a esta agenda irá gerar um sentimento anti-migração contra essas pessoas deportadas, que viriam encontrar asilo político no espaço territorial.
Entretanto, segundo o Jornal britânico The Times, que cita documentos internos oficiais, obtidos através de uma fuga de informação que, além de Angiola, Cabo – Verde e o Senegal, a Costa Rica, a Costa do Marfim e a Arménia também seriam opções, caso os tribunais continuem a impedir a deportação de migrantes para o Ruanda.
O mesmo documento, acrescenta a fonte, diz ainda a Guiné-Bissau terá sido rejeitada devido à instabilidade política que o país enfrenta. Já Marrocos, Tunísia, Namíbia e a Gâmbia são referidos como tendo rejeitado explicitamente qualquer negociação sobre esta matéria.
Recorde-se que o Executivo angolano, atravez do seu Ministério das Relações Exteriores, desmentiu em comunicado qualquer contacto com o Governo Britânico sobre o assunto.
Fonte: DW/AN