Segundo constatou o Serviço de Investigação Criminal (SIC), através do Director Nacional Interino de Combate aos Crimes, António Ndacupapo, de Janeiro a presente data presente, o Ministério do Interior registou com maior incidência os crimes de burla na internet, de compra de residências, de telemóvel, de divisas e de carregamento de cartões Visa.
O responsável citado pela imprensa referiu que são no total 70 crimes diversos registados em menos de três meses, o que representa um aumento de mais 40 casos, quando comparado com os dados do primeiro trimestre de 2023.
“Dessas queixas-crimes, lidera a lista, a aquisição de divisas por via das redes sociais, carregamento de cartões Wise, a compra de telemóveis nas redes sociais, a aquisição de residências, onde as vítimas são principalmente a empresa Imogestin e o fundo do fomento habitacional”, esclareceu.
Mostrou-se, por outro lado, preocupado com o facto de as pessoas preferirem denunciar os crimes de burlas, de que são alvo, pelas redes sociais, ao invés de procurarem pelos “órgãos competentes”.
Por sua vez, o empresário Massada Kulembala, do ramo imobiliário, alerta os cidadãos interessados em adquirir ou arrendar uma residência, a terem contacto físico com o imóvel antes de efectuarem o pagamento.
“Ninguém pode comprar uma casa se não tem uma casa física. A casa não pode ser vendida na planta. Tem de ver a casa, consultar um escritor de advogados que vai identificar o projecto habitacional e dar veracidade”, apelou.
Já a especialista em segurança cibernética, Stela Neto João, defende a literária cibernética dos cidadãos como medida de evitar que os cidadãos continuem a ser vítimas de burlas nas redes sociais.
Stela Neto João entende que os cidadãos atentos ficam a conhecer os riscos que correm no uso da internet, bem como as medidas que deve tomar para se prevenir.
Defendeu, por outro lado, a promoção de debates a vários níveis sobre segurança da informação.
O director de Consultoria e Inspecção da Agência de Protecção de Dados, Cruz da Gama, que participou de um debate sobre as burlas e negócios feitos na internet, da rádio pública, disse que já está a ser criada uma legislação para permitir que o país integre a convenção de Budaspeste, o que vai permitir que Angola troque informação sobre crimes cometidos por meio da internet.
“Os Estados signatários dessa convenção têm a obrigação de cooperarem mutuamente em matéria de troca de informação aos crimes cometidos com uso de meios electrónicos. Desde já facilitaria muito, porque se tivermos em conta o crime cibernético é transnacional […]”.
Já o Director Nacional de Cibersegurança, Etiandro Mena, aconselha as instituições a optarem pelo domínio .ao que garante segurança aos dados nacionais.
“Nós temos sensibilizado as instituições públicas e não só a implementarem o domínio .ao. Quem quiser comprar o domínio .ao é acessível, mesmo online. Está acessível a todos”, disse, acrescentando que o desafio daquele organismo é que todas as instituições no país tenham o .ao como seu domínio.
Por sua vez o economista Paulo Furquilha defende a introdução da informática no sistema de ensino a partir do ensino primário.
“Nas instituições de ensino privadas as nossas crianças já começam a ter noção de informações a partir da iniciação. Porque que nas instituições públicas tal não ocorrer”?, questionou em gesto de sugestão.
Disse ainda que existem muitas instituições que até ao momento não têm uma página web para os cidadãos tenham acesso as suas informações, o que no seu ponto de vista é inconcebível.
“A falta de actualização das páginas das instituições dá margens para que os malfeitores vão fazer das suas.
Fonte: AR