Dívida de Luanda para com Pequim representa 37% do total do passivo de todas as outras capitais africanas. Uma dívida cujo modelo de pagamento, na perspectiva do CEDESA, deve ser renegociado em bloco com todos os africanos devedores, e não de forma bilateral.
Angola já reembolsou, de 2019 a 2023, 4 mil milhões de um total de 22,4 mil milhões de dólares da dívida para com a China. Com a referida prestação, a dívida fixa-se em 18,4 mil milhões de dólares norte-americanos, de acordo com o relatório do Centro de Estudos para o Desenvolvimento Económico e Social da África Austral (CEDESA), que cita dados disponibilizados pelo Banco Nacional de Angola.
O CEDESA, com escritórios espalhados por Lisboa, Luanda e Oxford, explica que o pagamento dos 4 mil milhões de dólares não inclui os juros do crédito. E o gigante asiático espera receber mais uma tranche da parte angolana no próximo mês de Março.
“Embora não entendamos que o pagamento da dívida à China coloca em causa a solvabilidade do Estado angolano, entendemos que tem um efeito “crowding out” muito significativo, uma vez que retira recursos do Orçamento Geral do Estado que poderiam ser destinados ao desenvolvimento e ao sector social para pagamento de dívida. Dívida esta que em certa parte é polémica, uma vez que houve uma utilização muito questionável dos empréstimos”, escreveram os especialistas da CEDESA, mas não sem antes enfatizar o peso que o pagamento da dívida pública tem causado no OGE, o principal instrumento de despesas e previsão das receitas públicas.
Fonte: O Telegram/AP