O Executivo russo admitiu a existência de uma “questão problemática” nas relações com o Governo de Angola, que está a tentar forçar a saída da Alrosa da Sociedade Mineira de Catoca devido às sanções internacionais que prejudicam a comercialização de diamantes, por na sua estrutura accionista se encontrar a empresa russa.
O vice-ministro das Finanças da Rússia, Alexey Moiseev, disse na semana passada, citado pela agência russa Interfax, que as duas partes continuam em negociações com o objectivo de “resolver a questão da melhor forma”.
“Temos na verdade uma certa questão problemática com o Governo angolano, mas tudo isso existe no contexto de negociações”, sublinhou o governante à agência de informação russa.
Segundo avançou à imprensa a 19 de Janeiro, o fim da participação da Alrosa no capital social da Sociedade Mineira de Catoca está para breve. As autoridades angolanas e russas reuniram-se no Dubai em Janeiro para tentar desbloquear o negócio e, apesar de os angolanos quererem um divórcio pacífico, a parte russa ainda tem uma palavra a dizer. Esta intenção já tem vários meses e, para já, mantém-se o braço de ferro entre as duas partes.
Ao que à imprensa apurou, os russos estão a levantar entraves à saída já que apenas admitem fazê-lo depois de “fecharem contas” devido aos avultados investimentos que fizeram em Angola ao longo dos anos, mas as autoridades angolanas descartam uma eventual compensação financeira.
Para os sócios angolanos da Alrosa, mais concretamente a Endiama, a saída dos russos é a única forma de garantir que o sector deixa de estar sobre os holofotes das sanções internacionais, que tanto têm prejudicado as operações naquele que é o quarto maior kimberlito do mundo, a mina de Catoca.
O presidente da Endiama, Ganga Júnior, chegou a dizer mesmo que o bom desempenho e credibilidade de Catoca no mercado internacional depende da saída da Alrosa, que é um problema. Ganga Júnior explicou que os fornecedores externos de Catoca estão a recuar e muitos bancos não querem trabalhar com a maior diamantífera angolana por ter como sócia uma empresa russa.
Fonte: Expansão