O jornalista Tito Mário, da Rádio Comercial Despertar, foi brutalmente espancado, às 03 horas da madrugada desta terça-feira, 14, no interior da sua residência, no distrito do Kikolo, em Luanda.
Tito Mário contou, à Emissora Católica de Angola, que os autores do crime, até aqui não identificados, chegaram à sua residência na calada da noite, exigindo a entrega do seu computador e do seu telemóvel. O facto de se ter recusado a ceder, acrescentou, motivou a que começasse a ser espancado.
“Isso aconteceu por volta das 3 horas da madrugada de hoje, quando ouvimos alguns batimentos no nosso portão, mas de repente senti um movimento estranho, os mesmos já tinham entrado, dentro do nosso quintal”, contou.
Já no quintal, depois de baterem na porta, revelou que tão logo abriu começou a brutalidade, pelo que não conseguiu ver se estavam ou não armados.
“Pediram-me o telefone e solicitaram também o computador do meu trabalho, começamos aqui a lutar […] e depois tiveram que entrar mesmo no quarto a procurar e no puxa-puxa, de repente senti algo aqui próximo do meu olho e começou a sair sangue. Mas é muito sangue”, revelou, afirmando ter perdido quase um litro e meio.
“Quando viram que eu estava a sangrar bastante os ‘gajos’ puseram-se em fuga”, acrescentou.
O jornalista entende que as razões devem estar ligadas à perseguição profissional, por conta de algumas matérias de denúncia que veiculou recentemente.
SJA reage
E o Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) reagiu ao facto. Teixeira Cândido, o Secretário Geral, que lamenta o sucedido, disse ser necessário que se faça a participação criminal do acto e que a classe dê seguimento ao caso.
“É importante pressionar as autoridades para que possam esclarecer o que se passa. Se se trata de um crime de oportunidade ou se se trata eventualmente de um crime relacionado com o exercício profissional”, disse Teixeira Cândido, recordando que “infelizmente não tem havido esclarecimentos sobre as situações que envolvam os jornalistas […].
Como exemplo, o Secretário-geral do SJA cita o assalto às residências da correspondente da Lusa, em Luanda, em 2022, do jornalista João Armando [Director do jornal Expansão], bem como à sede do sindicato, mas que até ao momento não houve esclarecimento das autoridades angolanas.
Lembrar que nesta terça-feira, 13, assinalou-se o Dia Mundial da Rádio, uma data instituída pela UNESCO, para homenagear todos os profissional que trabalham em rádio.
Fonte: CK