A consultora Oxford Economics prevê que a subida dos preços em Angola chegue a 23 por cento durante este semestre, depois de a inflação de Dezembro ter atingido 20 por cento, o valor mais alto desde Agosto de 2022.
“A inflação saltou para mais de 20 por cento pela primeira vez desde Agosto de 2022; a contínua subida no preço da alimentação e das bebidas ainda reflecte o impacto adverso da desvalorização do kwanza em Maio e Junho de 2023, e deverá continuar a subir durante o primeiro semestre deste ano”, escrevem os analistas do departamento africano da consultora britânica Oxford Economics.
Num comentário aos valores de Dezembro, que mostram uma subida homóloga de 20,0 por cento, os analistas lembram a aceleração face ao crescimento de 18,2 por cento registado em Novembro do ano passado, em comparação com o período homólogo do ano anterior, e sublinham que também houve um aumento em Dezembro (2,4 por cento) face a Novembro, quando a subida foi de 2,2 por cento.
“A forte fraqueza da moeda desde Maio, com o kwanza a transaccionar perto do pior valor de sempre, nos 833 kwanzas por dólar, levou a um ressurgimento da inflação alimentar, a que se junta o facto de a redução nos subsídios aos combustíveis ter começado a colocar pressão no preço dos transportes, levando a inflação para o valor mais elevado desde Agosto de 2022”, dizem os analistas na nota a que a Lusa teve acesso.
Para a Oxford Economics, o Banco Nacional de Angola deverá manter a taxa de câmbio entre os 830 e os 845 kwanzas por dólar até final deste ano, com a inflação a subir para mais de 23 por cento no final do primeiro semestre devido aos efeitos da taxa de câmbio na importação dos bens de consumo.
“A nossa previsão para a inflação mostra que a inflação vai aumentar de uma média de 13,6 por cento em 2023 para 21,3 por cento em 2024”, escrevem, argumentando que “o BNA tem estado relutante em aumentar as taxas de juro desde o ‘crash’ do kwanza devido à fraqueza da economia nacional, subindo apenas as taxas de juro em 100 pontos base desde Novembro”.
Ainda assim, concluem, a previsão é de um aumento de mais 150 pontos base neste semestre, “alicerçada na análise de que a inflação vai continuar a subir e que vai haver uma modesta recuperação económica neste período”.
Fonte: VA