Os Estados Unidos têm em Angola um parceiro na promoção de uma maior estabilidade regional em África, disse hoje à Lusa o Governo norte-americano, frisando que a cooperação entre ambos tem crescido em matéria de comércio, clima ou energia.
“Os Estados Unidos e Angola assinalam atualmente 30 anos de relações diplomáticas e estão a expandir a cooperação em matéria de comércio, investimento, segurança regional, clima e energia”, disse à Lusa o Departamento de Estado norte-americano, frisando que se trata de uma “parceria estratégica que cresceu significativamente” nos últimos anos.
De acordo com o executivo de Joe Biden, este ano, os Estados Unidos e Angola lançaram uma nova era de cooperação económica em prol de um crescimento económico inclusivo em ambas as nações, incluindo projetos liderados pela Parceria para Infraestrutura e Investimento Global (PGI), como o planeado investimento norte-americano para o Corredor do Lobito.
Esta infraestrutura ferroviária, que contará igualmente com investimento da União Europeia, vai ligar Angola, a República Democrática do Congo e a Zâmbia aos mercados globais através do porto angolano do Lobito.
Além disso, os Estados Unidos e Angola têm trabalhado em conjunto para abordar questões como o “combate à corrupção, o acesso à justiça e responsabilização por abusos passados dos direitos humanos, expansão da governação democrática e proteção das liberdades fundamentais”, observou o Governo norte-americano.
Descrevendo as relações com Angola ao longo das últimas décadas, o Departamento de Estado recordou que tem com Luanda, desde 1995, uma parceria “para salvar vidas, expandir as oportunidades económicas e promover a conservação ambiental através da desminagem humanitária”, tendo Washington contribuído “com mais de 129 milhões de dólares (117,5 milhões de euros)” para os esforços de desminagem de Angola.
“Esta assistência resultou na destruição de mais de 26.000 minas terrestres, melhorou a segurança e proteção de mais de 1,4 milhões de civis que vivem perto de áreas minadas e apoiou os esforços de conservação do Governo de Angola na Bacia do Rio Okavango”, apontou. Além disso, o Governo dos EUA está a financiar novos projetos solares em Angola.
A nível regional, os Estados Unidos “apoiam fortemente o compromisso de Angola e do Presidente angolano, João Lourenço, para encontrar soluções diplomáticas para a violência no leste da República Democrática do Congo, bem como na região mais ampla dos Grandes Lagos”, segundo o Departamento de Estado. “Os Estados Unidos continuarão a fazer parceria com Angola para promover uma maior estabilidade regional”, acrescentou, em declarações à Lusa.
Como reconhecimento das contribuições positivas de Angola para a construção da paz e segurança na região, o Departamento de Estado indicou a recente visita a Luanda do secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, naquela que foi a “primeira visita ao país de um Secretário da Defesa” dos EUA.
O Presidente angolano, João Lourenço, vai ser recebido na Casa Branca pelo seu homólogo norte-americano, Joe Biden, na quinta-feira, no âmbito do 30.º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países. Este encontro vai guiar-se pelos princípios da Cimeira de Líderes EUA-África, em particular no que diz respeito à forma como os Estados Unidos e as nações africanas podem continuar a trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios regionais e globais, adiantou a Casa Branca em comunicado.
Fonte: Lusa