Durante sete dias, o Banco Nacional de Angola (BNA) vai injectar USD 50 milhões por dia à disposição dos bancos comercias.
A Medida insere-se nos esforços de estabilização da taxa de câmbio e de redução do diferencial entre as taxas dos mercados oficial e paralelo. Na opinião do Economista Silvestre Francisco a injecção desse valor não resolve o problema
No total, serão colocados à venda em leilão USD 250 milhões, devendo a instituição divulgar, no termo de cada sessão, o montante efectivado, as taxas de câmbio mínima, média e máxima, e o número de participantes. De acordo com o economista Silvestre Francisco, os USD 250 milhões que serão disponibilizados aos bancos comercias durante esta semana, não resolve a questão e não é a medida mais acertada.
Para ele, é uma questão de opção, não de solução. São precisas políticas que passam por liberalizar que as quantidades de dólares a levantar devem ser definidas pelo cliente e a forma de distribuição aos clientes e às empresas . “Não é o nem “prefácio” da solução que precisamos, não é uma medida que vai solucionar o mercado cambial e nem minimizar, porque já tivemos esta experiência nos anos anteriores em que as empresas até faziam o pagamento em dólares e protegíamos a importação, mas ainda assim não resultou”, explica.
O economista recorda que o sector petrolífero injectava dólares para a banca, porque os salários dos seus funcionários eram pagos em divisas. Deste modo, a banca tinha disponibilidade e conseguia atender a população e algumas empresas. Naquele período, havia regularidade cambial Segundo ele, quando há exportação de produtos, há maiores quantidades de moeda estrangeira no país e a mobilidade das divisas melhora, e se consegue atender às necessidades em termos de aquisição de dólares. “Financiar dólares aos bancos comercias no sentido dos mesmos terem divisas para atenderem a procura não resolve o prolema. A questão tem a ver com o regime que limita as pessoas de adquirirem dólares nas quantidades desejadas, que é um regime controlado.
Por outro lado, os bancos comercias também têm problemas para encaminhar o dinheiro para os clientes”, explica. Na última Sexta-feira, após uma reunião do Comité de Política Monetária do BNA, o governador da referida instituição, José de Lima Massano, anunciou um conjunto de medidas, algumas em execução e outras por implementar a partir de Janeiro, destinadas a normalizar o mercado cambial. Uma das medidas anunciadas pelo governador do BNA é a retirada progressiva do banco central do mercado cambial, deixando para os bancos comerciais o negócio de aquisição de moedas estrangeiras às companhias petrolíferas.