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100 dias depois da visita do Governador, Paraíso continua no ″cafrique″ das makas sociais

Á imprensa visitou o Paraíso três meses após de o governador de Luanda ter trabalhado no bairro por cinco dias. População diz que «tudo voltou como era antes da visita de Manuel Homem». Gestores locais defendem o GPL e citam alegadas melhorias nos transportes e na iluminação pública.

Três meses depois da visita do governador Manuel Homem, no início de Abril, ao temido bairro Paraíso, em Cacuaco, Luanda, à imprensa voltou ao terreno e ouviu dos moradores que a falta de água da rede pública, a melhoria do sistema de drenagem e do saneamento básico, a construção de esquadra e o aumento de efectivos da Polícia para o combate à delinquência continuam a “cafricar” a localidade, embora se trate de melhorias então prometidas pelo chefe do GPL.

Segunda-feira, 24 de Julho, é ainda manhã cedo. O calendário indica que passam, exactamente, 114 dias desde que, a 10 de Abril de 2023, o Palácio da Mutamba se movimentou para o Paraíso, com o objectivo de auscultar e de se inteirar das dificuldades sociais da comunidade.

À primeira vista, boas impressões: um grupo de jovens, com coloridos uniformes verdes e laranja, varre as ruas e há autocarros a circular constantemente. É, portanto, inevitável não pensar que a vida no considerado bairro mais temível de Luanda mudou em consequência da visita de cinco dias do gestor da capital do País, que visou, entre outros assuntos, desconstruir a ideia de que o bairro Paraíso é só violência.

No interior do bairro, as impressões alteram-se rapidamente, em face das reclamações que não se fizeram esperar. Praticamente numa “rajada”, as preocupações dos munícipes chegam aos microfones da imprensa, e as queixas são as mesmas de há três meses: assaltos a residências e na via pública, seja à noite como ao dia; distribuição deficitária de água da rede pública e as “makas” no saneamento básico.

“Quando o bairro irá livrar-se ou ver reduzidos os assaltos a residências e na via pública? Quando é que a água canalizada chegará as casas?” Eis algumas questões que se ouviam com frequência nos sectores 1.º de Maio, Bakongo e na dita zona do Campo do Petro, onde havia sido instalada a base provisória do Palácio da Mutamba.

Visivelmente desapontado com as promessas até agora não cumpridas, está Leonardo Kiala, morador do Paraíso há 10 anos. À imprensa, o jovem diz que o flagelo do bairro é a água da rede pública que não chega às residências dos moradores, porque foi supostamente desviada para os tanques e chafarizes privados sob gestão dos coordenadores dos vários sectores, que comercializam a banheira e o bidão de 20 litros a 200 Kz.

Fonte: NJ

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