O documento foi produzido pelo PNUD com a colaboração do Ministério do Planeamento e a AIPEX, e identifica sectores da economia onde existem boas possibilidades de investimento, combinando os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável 2030 e o Plano Nacional de Desenvolvimento 2023-2027.
Foi apresentado pelo PNUD o Mapa do Investimento Sustentável de Angola, desenvolvido em conjunto com o Ministério do Planeamento e com a APIEX, combinando aquilo que são os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável 2030 (ODS), o Plano Nacional de Desenvolvimento 2023-2027 e o interesse dos investidores nacionais e estrangeiros. Foram identificadas seis áreas fundamentais – Alimentação e Bebidas, Educação, Energia Renovável, Infraestruturas, Sector Financeiro e Serviços – e em cada uma delas os sectores mais atractivos tendo em conta as condições actuais e os projectos que se estão a desenvolver.
No sector agrícola, a produção de grãos e leguminosas aparece como uma excelente oportunidade de investimento, justificada pelo facto de se assistir à expansão da agricultura familiar e comercial, de haver escassez no mercado nacional, ao que se junta a necessidade de se abastecer a indústria alimentar e de bebidas que já está instalada, e as boas condições climáticas e de terras disponíveis que existem em muitas províncias do País.
O ambiente é favorável porque é também uma aposta do governo: existem incentivos especiais ao abrigo do Planagrão e o Corredor do Lobito vai contribuir para a logística da cadeia e existe toda uma área de perímetros irrigados (com destaque para o Canal do Cafu) por explorar.
Também neste sector, a produção de frutas tropicais, café e cacau, aparecem como boas oportunidades. Relativamente às primeiras cabe destacar que há um aumento interessante da procura mundial, uma valorização da produção (o abacate é um bom exemplo), sendo que é necessário iniciar um processo de certificação, apostar no processamento (calibragem, limpeza e embalagem) e criar maiores facilidades (menos burocracia e taxas) para a exportação.
Já relativamente ao café, o caminho passa pela revitalização da variedade Robusta, tradicional na nossa produção e mais interessante em termos de mercados internacionais, na modernização dos processos de produção e no aproveitamento do selo “Feito em Angola” para valorizar a produção. A sustentabilidade ambiental e florestal é um bom argumento para a expansão da produção de café.
Já relativamente ao cacau, existe um projecto interessante em Cabinda, o aumento da procura mundial e dos preços, associado a quebras na oferta dos principais produtores, abre espaço a que os investimentos neste produto possam ser interessantes em termos de rentabilidade.
Acrescentar também na área da alimentação, a produção de frango de corte, cujas importações anuais ultrapassam os 300 milhões USD, e que é também uma boa oportunidade de investimento com incentivos e benefícios disponíveis ao abrigo do Planapecuária. Infraestruturas e energia Os participantes neste estudo (mais de 200 operadores e 86 organizações diferentes) identificaram também como boa oportunidade de investimento a habitação a preços acessíveis.
Se, por um lado, o Estado tem assumido as rédeas da construção social ou da criação de incentivos para a autoconstrução, projectos habitacionais com preços ajustados ao que a classe média ganha podem ser uma boa oportunidade, até porque existem hoje mecanismos de crédito com taxas de juro muito atractivas face aos níveis de inflação, que acabam por esbarrar na falta de oferta para esta faixa da população. Na área das infraestruturas, a gestão integrada de resíduos aparece também como uma boa oportunidade.
Fonte: Expansão
