A fábrica de telemóveis AfriOne encontra-se fechada há quase dois anos, por falta de matérias-primas e por não ter sido concretizado um acordo com o Ministério da Educação, para o fornecimento de equipamentos às escolas, como noticiou à imprensa em Setembro de 2022.
A AfriOne, que está sob gestão do grupo indiano Contec Global, resulta de um investimento privado do sheik Ahmed Dalmook Al Maktoum, dos Emirados Árabe Unidos (EAU), de 15 milhões USD.
A fábrica, instalada na Zona Económica Especial Luanda- -Bengo, foi criada para montar computadores (portáteis e de mesa), tablets e telemóveis analógicos e smartphones, assim como acessórios, mas não chegou a funcionar mais do que dois anos e os 48 trabalhadores da unidade de montagem foram despedidos.
A fábrica não chegou a montar aparelhos, além de telemóveis analógicos e de smartphones da marca AfriOne Cygnus, que foram colocados no mercado muito timidamente para rentabilizar o investimento. A estratégia comercial do investimento estava presa por acordos com o Ministério da Educação e as Forças Armadas, como afirmou o sheik, em entrevista ao Expansão, em 2020, mas que não chegaram a concretizar-se.
Em Setembro de 2021, a fábrica operava a 25% da sua capacidade, sendo que apenas uma das quatro linhas de produção funcionava, mas em 2022 parou e os trabalhadores foram dispensados. Actualmente, a fábrica está fechada temporariamente, segundo afirmou uma fonte da AfriOne.
A empresa foi inaugurada, a 14 de Outubro de 2020, pelo Presidente da República, João Lourenço, na presença do Sheik do Dubai, Ahmed Dalmook Al Maktoum, responsável pelo investimento, que contou com uma linha de crédito dos Emirados Árabes Unidos. A implementação da fábrica contou com acordos com a Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX) e os ministérios da Indústria e Comércio e da Economia e Planeamento, assim como a colaboração da multinacional Massey Ferguson.
De referir que a Caixa de Segurança Social das Forças Armadas assinou um memorando com o gabinete do sheik e o governo angolano, para que a AfriOne, no seu recrutamento, favorecesse os filhos de antigos militares e militares reformados. Antes do fecho desta edição, o Expansão visitou a fábrica da AfriOne e encontrou as suas instalações encerradas.
A fábrica de tractores, situada ao lado, está a funcionar normalmente, com vários tractores em exibição dentro das suas instalações.
Fonte: Expansão/AN
