O Grupo Parlamentar da UNITA vai propor ao plenário da Assembleia Nacional, na sessão de 22 de Junho, com caracter urgente, a constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar, de modo independente, isento e imparcial, as circunstâncias dos graves incidentes do Huambo e Lubango, que registaram oficialmente oito mortos.
Em conferência de imprensa, o líder do Grupo Parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaca, disse que a Assembleia Nacional deverá apurar, independentemente do inquérito policial, de quem partiu a ordem para atirar e matar cidadãos que o Estado devia proteger e determinar com verdade a amplitude e profundidade a responsabilidade por estes graves incidentes.
Depois do inquérito policial da CPI, segundo o deputado, as autoridades do Estado deverão retirar consequências políticas.
“É o mínimo que se espera dos agentes públicos comprometidos com o serviço público de qualidade e com a elevação política e moral”, referiu, sublinhando que, “quando os agentes públicos não honram o seu clugar, deve haver responsabilização política, disciplinar e criminal”.
Segundo líder do Grupo Parlamentar do partido do “Galo Negro”, os angolanos “não podem morrer por causa da incapacidade do Governo, da insensibilidade humana e por causa dos interesses dos grupos”.
“A falta de diálogo e ponderação, assim como a incapacidade de antevisão estratégica crítica do Executivo estão a criar situações de constantes violações da Constituição e da Lei por parte de órgãos e agentes do Estado”, referiu.
O Grupo Parlamentar da UNITA apelou aos cidadãos, em especial, aos taxistas e moto-taxistas a absterem-se de actos de violência.
“A violência gera violência e pode legitimar quem não tem razão, quem não sabe governar”, disse Liberty Chiyaca, que condenou veemente a cultura de violência e execução sumária de cidadãos que se manifestam pelo respeito dos seus direitos constitucionais, exigindo a libertação incondicional de todos os cidadãos detidos injustamente.
“Angola vive em crise, porque o seu Governo falhou, no essencial, para com o compromisso feito com os angolanos que era `melhorar o que está bem e corrigir o que está mal””, disse, salientando que o País vive uma crise de confiança social.
“A confiança social é chave para a coesão social e o desenvolvimento de um Estado”, precisou, concluindo que o governo deve incorporar confiança social nos seus processos de reformas estruturantes, abrangentes e necessárias.
Fonte: NJ