A decisão do Governo do Chade de expulsar o embaixador alemão é “lamentável” e constitui “um gesto particularmente hostil”, disse, ontem, a porta-voz do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, citada pela Efe. O Governo do Chade anunciou na noite de sexta-feira a expulsão do embaixador alemão “por atitude descortês” e “desrespeito aos costumes diplomáticos”. Não deu detalhes sobre os factos.
Em reacção a esta expulsão considerada “injustificada”, o Governo alemão anunciou, na terça-feira, a expulsão do embaixador do Chade em Berlim, Mariam Ali Moussa. “A decisão das autoridades de transição do Chade de expulsar o embaixador alemão é lamentável. É um gesto particularmente hostil tendo em vista a parceria de longa data e o compromisso da UE e os seus Estados-membros com o Chade, inclusive no contexto da actual transição”, disse a porta-voz do serviço diplomático da UE, Nabila Massrali, em comunicado.
Uma fonte do Governo chadiano disse à AFP sob condição de anonimato que as autoridades acusaram o diplomata de “interferir demais” na “governança do país”, além de “comentários tendentes a dividir os chadianos”.
“A UE reitera a importância de um rápido retorno à ordem constitucional e de uma transição limitada no tempo que garanta o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. Um processo inclusivo apoiado por todos os actores civis e políticos é essencial para garantir a credibilidade e a legitimidade do processo em andamento e, portanto, o sucesso da transição”, disse Massrali. “A UE continuará a insistir nestes pontos, que são condições importantes para a sua parceria com o Chade”, acrescentou.
Mahamat Idriss Déby Itno tornou-se Presidente do país em Abril de 2021, após a morte do seu pai, Idriss Déby Itno, morto na linha de frente. Mahamat Déby prometeu aos chadianos que devolveria o poder aos civis através de “eleições livres e democráticas” e que não concorreria à Presidência.
Fonte: JA