O Senegal cortou o acesso à internet móvel, esta terça-feira, antes de uma marcha proibida contra o adiamento das eleições presidenciais, avançou a Reuters.
Após confrontos mortais entre manifestantes e a polícia no final da semana passada, o governo recusou-se a permitir uma marcha silenciosa planeada por grupos activistas para terça-feira e ordenou às operadoras móveis que suspendessem o acesso à Internet.
Num comunicado, o Ministério das Comunicações senegalesa explicou que a suspensão era necessária porque mensagens online odiosas e subversivas provocaram a agitação anterior.
Já monitor de Internet Netblocks considerou que “o incidente ressalta o uso crescente da censura em massa no país”.
O adiamento das eleições de 25 de fevereiro para dezembro mergulhou o Senegal numa crise e intensificou uma reacção contra o que muitos consideram uma tentativa de prolongar o mandato do Presidente Macky Sall e uma ameaça a uma das democracias restantes na África Ocidental atingida pelo golpe de estado.
Em reacção as repressões, o gabinete dos direitos humanos da ONU e a Amnistia Internacional acusaram as autoridades de desrespeitarem os direitos fundamentais à liberdade de reunião e de expressão e de usarem força excessiva contra os manifestantes.
“A suspensão renovada de hoje do acesso à Internet móvel e a proibição da marcha silenciosa são violações do direito à liberdade de expressão e do direito à informação”, afirmou o escritório da Amnistia na África Ocidental no X.
Por sua vez, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em uma ligação com o presidente senegalês, na terça-feira, reiterou a preocupação do seu país com a situação e deixou claro que os Estados Unidos desejam que as eleições continuem conforme programado, disse o Departamento de Estado.
Fonte: JA