O chefe de secção de berçário da Maternidade do Hospital Geral do Huambo apelou às famílias, em geral, e às mulheres em idade compreendida entre os 15 e 45, particularmente, para evitarem a automedicação e o uso excessivo de medicamentos tradicionais.
“A população deve evitar a automedicação e o uso excessivo de medicamentos tradicionais de modo a prevenir o aumento de bebés prematuros”, disse o gestor hospitalar, tendo acrescentado que têm sido frequentes nas maternidades, em especial, as hepatites tóxicas, que acometem mais as mulheres em idade reprodutiva.
Jorge Deus acrescentou que, mensalmente, a área do berçário regista 40 a 60 mortes. No entanto, em relação a Janeiro último disse ter sido surpreendente o número elevado de óbitos, o que está a preocupar as autoridades sanitárias do hospital central.
“Só em 2021, de um total de 4.773 bebés registados, 778 resultou em óbitos. Comparativamente ao ano de 2022, a direcção do hospital registou 4.345, dos quais 707 resultaram em mortes, com uma redução de 71 mortes, no período em análise”, disse.
Casos de intoxicação
O chefe de berçário da Maternidade do Hospital Geral explicou que deste número, 60 por cento das gestantes recorrem, em primeira instância, aos tratamentos tradicionais e só procuram os serviços de saúde quando a intoxicação por medicamentos naturais, administrados por supostos terapeutas tradicionais ou automedicação, provocarem complicações, entrando os bebés em sofrimento e em estado avançado.
Jorge Deus referiu que quando os doentes vão ao hospital já chegam com um quadro complicado, abdómen distendido e olhos amarelos devido ao uso de folhas para o tratamento de diarreias e de outras doenças, que, terminam em mortes imediatas aos bebês.
Principais patologias
As principais patologias que levam ao falecimento frequente dos recém-nascidos, segundo Jorge Deus, são a asfixia perinatal, sepse neonatal, doenças de membrana ifialina, broncopneumonia, prematuridade, bem como depressão ao nascer.
Segundo o responsável e especialistas em neonatologia, a redução da mortalidade neonatal requer um conhecimento adequado dos factores reais em cada nível de atenção à saúde, de modo que os recursos maternos e humanos sejam eficientemente avaliados.
Segurança da mãe e do bebé
Para garantir a segurança dos bebés, o especialista Jorge Deus fez saber que realizam várias etapas de checagem da identificação do paciente. “Apresentamos um documento que comprova a entrega do bebé, tendo informações de identificação, com marcadores permanentes, com nome completo e número da pulseira deste e da mãe.
Os bebés são identificados com duas pulseiras assim que nascem, conferida pelo pai ou acompanhante em sala de parto, com numeração específica.
A mãe também recebe pulseira de identificação e numeração adequada com a do bebé, que não é retirada até a última prática, já na alta hospitalar. Ao entrar no quarto, a enfermeira ou estagiária do Berçário apresenta-se à família e por solicitação verbal, pede os dados marcadores da identificação do paciente bebé, nome completo da mãe, número da pulseira e nesse momento ocorre a validação da progenitora, pai ou acompanhante, de acordo com Jorge Deus.
No entanto, lembra que antes de sair do berçário, a equipa de Enfermagem recebe a notificação de que a mãe está no quarto, em seguida faz-se a conferência do nome completo desta que está na pulseira do bebé, com o cartão de identificação que fica no berço, com a “plaquinha nasceu e a sua data”. Para esse efeito, as equipas do berçário priorizam sempre a segurança da mãe e do bebé.
Para a garantia do funcionamento do neonatal estão disponíveis 10 incubadoras novas, seis berços térmicos igual cifra de ventilação mecânica, assim como 12 bombas e seringas percussoras entre outros equipamentos.
Esse componente é assegurada por dois médicos especialista em neonatologia, assim como dois outros especialista em pediatria e bem como três médicos internos.
Fonte: JA