A dificuldade no repatriamento de lucros, uma das queixas recorrentes dos empresários portugueses instalados em Angola, é um dos temas que vai ser abordado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, no decurso da visita àquele país que decorre entre 23 e 25 de julho.
O tema vai ser enquadrado no dossiê da mobilidade e engloba também a circulação de pessoas (vistos) e direitos sociais (portabilidade das pensões). O repatriamento de lucros, além de estar enquadrado por uma enorme teia burocrática, enfrenta também o crónico problema da escassez de divisas estrangeiras em Angola.
Esta questão é apontada como um obstáculo à captação de mais investimento direto estrangeiro (IDE) por parte de Angola. Ainda assim, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), o “stock” de IDE português em Angola situa-se atualmente em 1,6 mil milhões de euros, representando 2,5% do investimento total realizado no estrangeiro.
As relações comerciais entre os dois países têm vindo a perder peso. Em 2023, as vendas de Portugal para Angola situaram-se em 1,5 milhões de euros, abaixo dos 1,9 milhões registados em 2022. Os itens no topo das transações pertencem às categorias de máquinas, aparelhos mecânicos e elétricos, produtos químicos e bens alimentares. O país que mais exportou para Angola foi a China, num total de 2,3 mil milhões de euros .
No plano discursivo, Luís Montenegro irá garantir ao Presidente da República de Angola, João Lourenço, a sua intenção de que “Portugal se afirme como um parceiro de Angola para todas as horas”, o que se verifica no facto de estarem presentes no país 1.250 empresas nacionais.
Fonte: N