Angola está na lista dos países que o Reino Unido ameaça que vão deixar de ter acesso a vistos se não cumprirem com as novas regras para combater a imigração ilegal, no âmbito da profunda reforma que Londres está a fazer para combater o fluxo de clandestinos e falsos pedidos de asilo para as ilhas britânicas.
Com Angola, estão na lista do Reino Unido para deixarem de ter acesso a vistos a Namíbia e a República Democrática do Congo (RDC), no âmbito das alterações à legislação para combater a imigração ilegal e que promete alterar radicalmente as regras de entrada nos ilhas britânicas, que tem grandes semelhanças com a nova política para a imigração de Donald Trump, nos EUA.
A ministra do Interior britânica, em declarações citadas pela BBC, anunciou que vai esta segunda-feira, 17, apresentar publicamente um pacote legislativo com “profundas alterações” lei que torna quase impossível permanecer no país com um pedido de asilo.
Shabana Mahmood coloca Angola, Namíbia e RDC na lista dos maus exemplos porque alega que não cumprem com as condições mínimas no que diz respeito ao combate à imigração ilegal para o Reino Unido.
Como é hábito, este tipo de ameaças, que abrange a generalidade dos vistos, excepto para estudantes, pretende exercer pressão sobre os respectivos governos de modo a cortar o circuito na origem e não já no Reino Unido.
No caso de Angola, como explicou ao Novo Jornal fonte conhecedora do processo, esta indicação resulta das facilidades com que congoleses conseguem documentos nacionais angolanos para com eles obterem vistos que lhes permitem entrar no Reino Unido.
Os vistos afectados são os de negócios, turismo e VIP’s e a medida entrará em vigor depois de um prazo que será estabelecido quando a legislação for apresentada no Parlamento britânico esta segunda-feira, 17, por Shabana Mahmood-
Essa mesma legislação que, entre outras medidas drásticas, e que é muito semelhante à que foi desenhada pelos Estados Unidos da América, que está a resultar em deportações massivas de ilegais, prevê ainda estender de cinco para 20 anos o tempo de renovação da autorização de permanência nos casos dos pedidos de asilo.
Estes passam a ser revistos de dois em dois anos e se as condições se alterarem, ou sejam se deixar de haver risco de vida para os requerentes nos seus países de origem, estes são reenviados para lá com efeito imediato e sem apelo.
Isto, quando, até aqui, ao fim de cinco anos, estes requerentes de asilo obtinham automaticamente autorização permanente de residência no Reino Unido.
Nas declarações sobre este assunto, sobre o qual as autoridades angolanas ainda não se pronunciaram, Shabana Mahmood avisou: “No Reino Unido joga-se com as regras e quando avisamos que haverá penalizações para os países infractores, que não combatem eficazmente as redes criminosas e a imigração ilegal, é mesmo a sério!”.
E complementou: “A minha mensagem para os Governos destes países é clara, ou aceitam o regresso dos vossos cidadãos ou perdem os privilégios de entrar no Reino Unido”.
Fonte: NJ

