A Refinaria de Luanda prevê, nos próximos dois anos, produzir 10 mil barris por dia de gasóleo verde e Bio-jet (SFA), fruto da refinação de 500 mil toneladas por ano, em virtude da implementação da tecnologia “Ecofining TM& UOP e UOP”(refinação ecológica).
O projecto, a ser implementado pela Sonangol Refinação e Petroquímica (Sonaref), deverá gerar 200 postos de trabalho directos e 400 empregos indirectos, de acordo com os dados revelados pelo Gabinete de Novos Negócios da Sonangol, sendo que na fase inicial as projecções apontam para a produção de 5 mil barris por dia, com a refinação de 70 mil toneladas por ano.
O relatório da Sonaref, sobre o tema “o papel do sector agrícola no desenvolvimento da indústria de biocombustíveis” informa que a produção de gasóleo verde deverá atingir, na fase final, as 420 mil toneladas por ano, enquanto a oferta do combustível utilizado na aviação (SFA) deverá rondar nas 350 mil toneladas por ano.
A empreitada da petrolífera nacional vai gerar, na segunda fase, volumes na ordem de 7.500 barris por dia de bio-gasóleo, na razão de 370 mil toneladas por ano, isto é, 310 mil toneladas de gasóleo verde e 250 mil de Bio-Jet (SAF), números que deverão influenciar na redução das emissões de gases de efeito estufa e maior oferta de combustíveis.
Energia mais limpas
A aposta da Sonangol tem como fundamento a crescente demanda no mercado por biocombustíveis, “considerados de peça fundamental na busca por fontes de energia mais limpas e sustentáveis”, face à crescente preocupação ambiental e a necessidade de reduzir as emissões de gases com efeito estufa.
“O sector agrícola desempenha um papel crucial para o desenvolvimento da indústria, pelo facto de ser o fornecedor das matérias-primas necessárias para a produção de biocombustíveis, o que exige uma visão detalhada sobre as variedades de culturas, potencial de crescimento, agricultura de subsistência”, informa o relatório.
O documento sublinha as potencialidades que o país dispõe para desenvolver os biocombustíveis, tendo em conta as terras férteis que suportam uma ampla variedade de culturas agrícolas, incluindo alimentos básicos como milho, mandioca e arroz, bem como culturas comerciais como café, algodão e cana-de-açúcar. “Apesar da abundância, o sector agrícola de Angola ainda está em grande parte subdesenvolvido, com um grande espaço para crescimento em produtividade e modernização.
A maioria da produção agrícola de Angola vem de pequenos agricultores de subsistência, que poderiam se beneficiar muito com maior acesso a recursos e tecnologia”, aponta a fonte. Entre as potenciais culturas de matéria-prima para os biocombustíveis de primeira geração perfilam a cana-de-açúcar, a jatrofa e o dendém.
O clima favorável e as condições do solo em Angola tornam o país adequado para a produção em larga escala destes produtos preponderantes no fabrico de biocombustíveis de etanol. Fazem parte das principais culturas de matéria-prima para biocombustíveis de segunda e terceira geração, biomassa não alimentar os resíduos agrícolas cascas de mandioca, restos de milho, palha de trigo, sementes de cobertura e culturas energéticas dedicadas, tais como as relvas da família switchgrass, miscanthus. A tecnologia Ecofining TM& UOP e UOP, (refinação ecológica TM e UOP) é um processo novo de produção de combustível de aviação, lançado em 2016.
Fonte: AN