A conclusão da primeira fase do Centro Nacional de Coordenação de Vigilância Marítima de Luanda, inicialmente prevista para Março de 2024, deve ocorrer, agora, em Dezembro deste ano, tal como orientou o Presidente da República, João Lourenço, durante a visita, ontem, às obras daquela instituição que terá a missão de garantir a segurança da orla costeira da capital do país.
O Presidente da República deslocou-se ao local, situado na zona das Palmeirinhas, no município de Belas, pela manhã, para se inteirar do grau de andamento das obras, cuja conclusão estava prevista para Dezembro de 2020.
Orçada em mais de 60 milhões de dólares, a obra arrancou em Setembro de 2019, com o adiantamento de 15 por cento do valor, o equivalente a mais de nove milhões de dólares.
Em declarações à imprensa, no final da visita, o Presidente da República, não muito satisfeito com o atraso, referiu que o projecto, que considerou extremamente importante para o país, deveria ser executado em 18 meses, com o início em 2018.
“Eu decidi deslocar-me aqui, à obra, precisamente para tomar decisões no terreno, que eu tenho a certeza que vão, a partir de hoje, mudar, de forma radical, o quadro que encontramos”, assegurou.
Acompanhado de vários membros do Executivo, o Presidente da República disse que a execução financeira não apresenta atrasos, tendo, por isso, aventado a possibilidade de ter havido razões de outra ordem, que terão feito com que o nível de execução física registasse um desfasamento em relação ao financeiro.
O Centro de Vigilância Marítima de Luanda é o principal de um conjunto de quatro unidades e que vai garantir a coordenação com o do Soyo, na província do Zaire, do Lobito, em Benguela, e do Namibe, na vigilância ao longo da costa. “O do Soyo está pronto. Na segunda-feira, quando fizermos a inauguração da Base Naval do Soyo, receberemos, também, o Centro do Soyo”, realçou.
João Lourenço ressaltou, ainda, que o Centro Nacional de Coordenação de Vigilância Marítima de Luanda é o mais importante, por ser o principal, aquele que vai recolher toda a informação dos outros centros para, em caso de necessidade, passá-las para as embarcações que estiverem a navegar, bem como fazer uma intervenção em alguma situação que seja considerada de perigo e que justifique a participação das embarcações da Marinha de Guerra.
“Nós, em poucos minutos, acabámos de decidir que o empreiteiro vai nos entregar esta obra em Dezembro do corrente ano, ao contrário do que estava indicado ser apenas para Março do próximo ano”, salientou o Presidente da República, para quem a conclusão da primeira fase do projecto já permitirá ao Centro entrar em operação.
“Se concluirmos, efectivamente, a obra em Dezembro, já nos daremos por satisfeitos”, frisou, sublinhando que os centros de vigilância marítimos terão como missão vigiar, 24 horas ao dia, todos os movimentos que vierem a se registar nas águas territoriais.
“Vão, na prática, ser os olhos da Marinha de Guerra Angolana”, referiu, para acrescentar que vai ser a partir destes centros que a Marinha de Guerra Angolana passará a receber toda a informação acerca dos movimentos nas águas territoriais, como os de embarcações de pesca, de pesca ilegal, navios da marinha mercantes nacionais e internacionais, uma vez ser uma rota internacional.
O Presidente João Lourenço referiu que pelas águas nacionais passam embarcações das marinhas mercantes de todo o mundo. “Todo este movimento vai ser seguido, vigiado e controlado a partir destes quatro centros que acabei de citar. Portanto, Luanda, Soyo, Lobito e Namibe”, afirmou.
O Chefe de Estado sublinhou que a segurança marítima é feita com um conjunto de meios, sendo alguns em terra e outros no mar, no caso os navios de guerra, acrescentando que as infra-estruturas de guerra compreendem, para além das bases navais, os centros de vigilância.
Fonte: JA