O barril de crude estava esta manhã de quarta-feira, a valer, perto das 09:30, hora de Luanda, 71,55 USD, embora pouco depois tenha recuperado ligeiramente para a casa dos 72 USD, sem, no entanto, deixar de consolidar a tendência de queda que mantém há mais de uma semana, com perdas ligeiras mas diárias.
O alívio que se sentiu escassas horas depois da abertura dos mercados deveu-se a uma inesperada descida dos stocks norte-americanos, o que sugere, segundo os analistas ouvidos pelas agências e sites da especialidade, uma “sólida procura” pela indústria refinadora da maior economia do mundo.
No entanto, este momentâneo alívio pode durar pouco porque tanto o Banco Central Europeu como a FED norte-americana já anunciaram que vão continuar a mexer em alta nas taxas de juro directoras, o que garante um prolongamento nas dificuldades da economia global, exponenciando o risco de recessão nalgumas das maiores e robustas economias mundiais, como a alemã e a norte-americana, já afogadas numa inflação histórica.
Esta perda continuada do Brent, que, segundo contas da Reuters, já perdeu 15% desde o início do ano, afecta sobremaneira as economias mais dependentes do sector petrolífero e Angola aparece no topo da lista, com claros sinais de crise, desde logo com uma inflação galopante e uma perda histórica da sua moeda nacional face ao dólar norte-americano e ao euro.
E nem as boas notícias divulgadas pela OPEP esta semana, de crescente procura nas próximas duas décadas, parece estar a conseguir alivia o sofrimento
Isto resulta directamente do facto de a economia angolana ser uma das mais dependentes das exportações petrolíferas do mundo, sendo estas responsáveis por 95% das exportações nacionais.
Fonte: NJ