O presidente da Fundação Jonas Savimbi caracterizou a natureza da paz de Abril, que o país celebra a 23 anos, como uma paz militar resultante da assinatura de documentos interligados, como o “Acordo de Paz para Angola”.
Para Isaías Samakuva, a paz de Bicesse, Lusaka e Luena, não é ainda a paz social, da liberdade, da solidariedade entre irmãos e da prosperidade para todos, pelo facto de a guerra civil que se estendeu de 1975 até ao início do século XXI, deixou marcas profundas na sociedade com milhões de mortos e uma infra-estrutura nacional fortemente afectada.
O antigo presidente da UNITA disse por outro lado que mesmo com o cessar das hostilidades, os efeitos destes períodos continuam presentes no quotidiano angolano, afirmando ainda que no contexto de reconstrução nacional, torna-se essencial reflectir sobre os caminhos que podem fortalecer a paz e promover a reconciliação entre os diferentes grupos sociais.
Isaías Samakuva afirmou ainda que a paz verdadeira não se limita à ausência da guerra, mas que exige justiça social, dialogo, inclusão e respeito pelos direitos humanos.
Criticou igualmente a não inclusão das universidades na construção da paz, da identidade nacional e na matriz do desenvolvimento do país.
O presidente da Fundação Jonas Savimbi disse que sem reconciliação nacional, não haverá coesão quer do ponto de vista social quer do ponto de vista territorial, o que impossibilita a unidade nacional.
Isaías Samakuva fez estas declarações aquando da sua dissertação esta quinta-feira, 17, numa palestra que abordou sobre “o papel das universidades no processo de manutenção da paz e da reconciliação nacional”.
O evento foi uma iniciativa da Associação dos Defensores do Diálogo e Reconciliação Nacional “ADDRN”, e teve lugar no Instituto Superior Politécnico do Bita.
Fonte: CK