Angola precisa de uma produção anual de 10 milhões de toneladas de cereais para a satisfação das necessidades de consumo dos cerca de 32 milhões de angolanos, afirmou, na província do Cuanza-Norte, o ministro da agricultura.
António Francisco de Assis disse que o projecto agrícola da fazenda Samba-Lucala, iniciado em 2017, pelo Executivo, com um orçamento de mais de 54 milhões de dólares norte-americano, é dos mais modernos que se pode ter para o cultivo de grãos, devido o recurso à tecnologias de ponta, cuja conclusão constitui profunda alegria para o Governo e o povo angolano.
Realçou que o país não exporta nenhuma quantidade de cereais e afirmou que toda produção nacional é consumida internamente. Actualmente, Angola produz cerca de 3,5 milhões de toneladas de cereais por ano, tidos como insuficientes ante à procura interna para o consumo.
De acordo com o Ministro da Agricultura e Florestas, a semente de soja usada é melhorada e permite colher em cada três meses, quatro toneladas do produto em cada hectare, enquanto o milho pode gerar oito mil quilos, em cada 100 metros quadrados.
Disse que a gestão do projecto encarregue à empresa nacional “Gesterra” vai continuar a apostar na formação dos jovens locais para a melhoria da capacidade técnica, visando o alcance das metas preconizadas.
O governante fez saber também que do ponto-de-vista institucional, o Estado continuará a prestar o apoio necessário para que o volume de trabalho continue, para que cada hectare possa gerar, no mínimo, oito toneladas.
Frisou que com a conclusão desta obra o Executivo angolano conclui todos os projectos do mesmo ramo, iniciados em legislaturas anteriores e doravante vai optar por modelos em que o sector privado possa financiar e gerir.
Em sua opinião, a abertura da granja torna-se numa âncora para o desenvolvimento do sector agrário, da região norte, pelo facto de permitir que outros actores possam beneficiar dos conhecimentos técnicos e científicos administrados localmente, para a produção do milho, feijão e soja.
Ressaltou a necessidade dos angolanos criarem condições para a prática da agricultura, desde a familiar, até a industrial de maneira que o país possa “galgar, o caminho para a criação de condições que permitam o excedente de produção que garantam a diversificação da economia e o verdadeiro combate contra a fome e a pobreza.
Chamou a atenção para a necessidade do aproveitamento dos espaços aráveis, abandonados a nível das comunidades, que, em sua opinião, podem ser aproveitados pelo sector privado como áreas de cultivo, onde as sementes do “progresso” possam brotar e desenvolver Angola.
Gestores preparam a próxima safra
Para a produção da safra agrícola safra 2022-2023, o Director da fazenda Samba-Lucala, Gelson António frisou, que já estão disponíveis mais de 600 hectares, dos quais 360 já semeados com milho, enquanto os restantes vão receber a sementeira de soja, onde esperam colher mais de seis mil toneladas dos dois productos.
Sublinhou que a produção será destinada para qualquer comprador, desde os grossistas até aos retalhistas, com particular destaque para os productores de fuba de milho e ração animal.
“Neste momento temos disponíveis mais de duas mil toneladas de soja disponíveis para a comercialização”, assegurou.
Aponta a existência de 23 pivôs de irrigação, que cobrem 70 por centos dos 10.000 hectares existentes, sustentado por sete bombas de captação de água, com sistema de filtração. Referiu que o principal objectivo da criação do projecto é a luta contra a fome no país.
Garantiu que no pico do funcionamento da fazenda haverá a produção de hortícolas, facto que no seu entender só será possível através de uma aposta séria da qualificação dos técnicos locais.
O engenheiro civil, João Kassanga, responsável pela fiscalização das obras da construção da barragem frisou que o projecto tem tudo para dar certo pelo facto de possuir as valências necessárias a criação dos mantimentos propostos pelo estado angolano.
Disse que a barragem que sustenta a irrigação de todo o projecto foi criada através da junção das águas três rios locais, criando uma bacia de retenção com 450 metros de comprimento, 18 de altura e uma área inundada de 516.000 metros cúbicos, facto que permite o armazenamento anual de mais de dois milhões de metros cúbicos de água, para além dos 33 quilómetros de tubagens.
Jovens asseguram o desenvolvimento integrado do projecto
“Tenho profundo orgulho e honra em servir o meu país, contribuindo com o meu saber e força física para que haja mais comida à mesa dos meus compatriotas”.
Foi com estas palavras que Joaquim Cazeca de 32 anos se manifestou ante a obtenção do seu emprego, há cinco anos, na fazenda agrícola, Samba-Cajú, na província do Cuanza-Norte, criado pelo estado angolano para produção anual de 30 toneladas de milho, soja e feijão.
Natural do município de Samba-Cajú, área que alberga o referido projecto, o homem de altura média e corpo robusto, congratula-se por ser um dos 60 jovens empregados, naturais da região, que pelo trabalho aprendeu manuseiar um tractor pulverizador moderno, com recurso a tecnologia de GPS, cuja potência permite espalhar mais de dois mil litros de água, em 250 hectares, em um dia.
Em 2017, o Ministério da Agricultura assinou um contrato com a Agricultiva para o estabelecimento de uma fazenda comercial, moderna e de grande escala, com máquinas e métodos avançados. A produção de milho é uma das prioridades do Ministério da Agricultura nos últimos anos, que inclui a transformação do grão em farinha e em ração para animais.
Para o cumprimento do referido desiderato, foram contratados 60 jovens do município de Samba-Caju, que asseguram o manuseio de equipamentos, a nível dos sectores de administração, regas, sementeiras, controlo de pragas, entre outros.
A título de outro exemplo é o caso de Domingos Aguiar, contratado há dois anos, nas áreas de assistente administrativa e fiel dos seis silos, com capacidade de armazenar cerca de 8.000 toneladas de productos diversos. O Jovem de 28 anos com deficiência num dos membros inferiores afirma que em empregos anteriores foi discriminado.
Famílias estão alojadas em casas socias
As mais de 30 famílias da aldeia de Kixina Bamba que residiam numa das zonas usadas para a implementação da fazenda Samba-Lucala, foram albergadas numa área com cerca de mil metros quadrados, em casas de bloco, com dois quartos cada.
Segundo o Soba da região, Henrique Domingos, a criação do novo bairro confere mais dignidade aos seus moradores, pelo facto de ser implementado com moradias de blocos, ao contrário das anteriores erguidas com adobe.
A autoridade tradicional espelha de igual modo satisfação pela criação de um posto de saúde e uma escola primária com três salas, que nunca existiram anteriormente, a par de um chafariz que jorra água potável, 24 horas ao dia.
Na ocasião o ministro da agricultura, António de Assis, garantiu a atribuição de dois hectares lavrados para cada família, com o propósito de alavancar a agricultura familiar no seio daquela comunidade.
O responsável manifestou a ideia de tornar Kixina Bamba numa aldeia modelo, com serviços de energia eléctrica e uma escola de campo, para a criação de técnicas de cultivo aos moradores locais, visando o alcance de uma produção mais padronizada e rentável.
Localização e principais características da Fazenda Samba Lucala
A fazenda Samba-Lucala está localizada na comuna com o mesmo nome, a 23 quilómetros a leste do município de Samba-Cajú, província do Cuanza-Norte, numa área plana de alta elevação, com 1.300 metros acima do nível do mar.
Começou em 2017, através de um financiamento de mais de 54 milhões de dólares Americanos, sustentados pelo governo de Angola. Até agora gerou mais de 67 postos de trabalho, dos quais 95 por cento ocupados por jovens locais.
Tem uma zona total de 10.000 hectares, mas atualmente apenas cerca de 2.000 hectares estão cultivados com milho e soja, para além de 1.300 hectares estão sob irrigação por 23 sistemas de pivôs centrais e a área restante é irrigada pela chuva.
Inclui um centro logístico com todas as instalações necessárias para uma produção eficiente, com silos de grãos equi-
pados com secadores, armazéns, garagem, escritório, residências para a direção e técnicos, refeitório, e sistemas de água e de energia.
As zonas de estoque permitem armazenar toda a co-lheita, e realizar a limpeza e a secagem, permitindo que os grãos sejam armazenados em ótimas condições, para serem vendidos a granel ou em sacos.
Jovens asseguram o desenvolvimento integrado do projecto
“Tenho profundo orgulho e honra em servir o meu país, contribuindo com o meu saber e força física para que haja mais comida à mesa dos meus compatriotas”.
Foi com estas palavras que Joaquim Cazeca de 32 anos se manifestou ante a obtenção do seu emprego, há cinco anos, na fazenda agrícola, Samba-Cajú, na província do Cuanza-Norte, criado pelo estado angolano para produção anual de 30 toneladas de milho, soja e feijão.
Natural do município de Samba-Cajú, área que alberga o referido projecto, o homem de altura média e corpo robusto, congratula-se por ser um dos 60 jovens empregados, naturais da região, que pelo trabalho aprendeu manuseiar um tractor pulverizador moderno, com recurso a tecnologia de GPS, cuja potência permite espalhar mais de dois mil litros de água, em 250 hectares, em um dia.
Em 2017, o Ministério da Agricultura assinou um contrato com a Agricultiva para o estabelecimento de uma fazenda comercial, moderna e de grande escala, com máquinas e métodos avançados. A produção de milho é uma das prioridades do Ministério da Agricultura nos últimos anos, que inclui a transformação do grão em farinha e em ração para animais.
Para o cumprimento do referido desiderato, foram contratados 60 jovens do município de Samba-Caju, que asseguram o manuseio de equipamentos, a nível dos sectores de administração, regas, sementeiras, controlo de pragas, entre outros.
A título de outro exemplo é o caso de Domingos Aguiar, contratado há dois anos, nas áreas de assistente administrativa e fiel dos seis silos, com capacidade de armazenar cerca de 8.000 toneladas de productos diversos. O Jovem de 28 anos com deficiência num dos membros inferiores afirma que em empregos anteriores foi discriminado.
Fonte: JA