A secretária-executiva adjunta da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) disse hoje que Moçambique e Guiné-Bissau estão entre os dez países mais pobres de África, chamando a atenção para a degradação da economia do continente.
“Hoje, 546 milhões de pessoas estão a viver na pobreza, o que é um aumento de 74% face a 1990”, disse Hanan Morsy no final da 55ª conferência dos ministros das Finanças, Planeamento e Desenvolvimento Económico africanos, que decorreu esta semana em Adis Abeba, e na qual afirmou que Moçambique e Guiné-Bissau estão na lista dos dez países onde entre 60 a 82% da população é pobre, sem dar mais dados.
“Os choques globais têm um efeito de cascata nos mais pobres em África através da inflação que, em 2022, ficou nos 12,3%, o que é muito mais elevado do que os 6,7% registados a nível mundial”, acrescentou a economista citada pela Lusa.
De acordo com as estimativas da UNECA, as famílias africanas gastam até 40% do rendimento familiar em produtos alimentares, pelo que o impacto da subida dos alimentos tem um “efeito mais severo em África, principalmente nos mais pobres”, afirmou.
A forte dependência dos países africanos das importações tornou o continente vulnerável aos choques externos, vincaram os ministros, de acordo com o comunicado final da conferência, no qual se lê que 39 dos 54 países da região são importadores líquidos de produtos alimentares e que, em 2021, o continente exportou apenas 5,7 mil milhões de dólares de petróleo refinado e importou 44 mil milhões de dólares, apesar de produzir mais do que consome.
Fonte: JA