O sector da Educação gastou apenas 320,95 mil milhões de kwanzas até ao terceiro trimestre de 2025, o equivalente a 14% do orçamento anual autorizado, segundo o relatório de execução orçamental divulgado na última sexta-feira pelo Ministério das Finanças.
O relatório consultado pela imprensa, mostra que, apesar de o ensino primário ter absorvido 167,21 mil milhões de kwanzas, o secundário 82,92 mil milhões e o ensino superior 45,25 mil milhões, o ritmo de execução continua muito abaixo das necessidades reais do país, que enfrenta carência de professores, salas de aula e infra-estruturas básicas.
No ensino primário, grande parte das despesas destinaram-se ao pagamento de pessoal, custos correntes e investimentos em construção e reabilitação de escolas. Já no secundário, os valores aplicados visaram garantir o funcionamento regular das instituições. No ensino superior, o foco esteve na melhoria da qualidade do ensino e da investigação científica. Ainda assim, nenhum dos níveis registou execução suficiente para responder aos desafios estruturais do sistema educacional angolano.
A situação não é exclusiva da Educação. O relatório revela igualmente que o sector da Saúde executou apenas 20% do orçamento para 2025 (387,94 mil milhões de kwanzas), enquanto a Protecção Social aplicou 15% (211,80 mil milhões).
Somente o sector da Habitação e Serviços Comunitários apresenta um desempenho mais robusto, com 44% de execução e despesas na ordem dos 725,42 mil milhões de kwanzas, sobretudo em infra-estrutura urbana e fornecimento de água.
Os dados do Ministério das Finanças expelham que os sectores essenciais para o desenvolvimento humano continuam a avançar lentamente na utilização dos recursos já aprovados, colocando em causa metas do Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027, que prevê avanços claros na educação, saúde e combate às desigualdades.
Fonte: CK

