Site icon

Obras e envelhecimento natural deixam sabor agridoce na festa dos 406 anos de Benguela

Programa Integrado de Infra-Estruturas, em andamento há 15 meses, ainda insuficiente para apagar as marcas de degradação numa cidade já sem o cheiro das acácias rubras. Estradas esburacadas e deficiência na distribuição de água são problemas que reforçam a convicção de quem vê na institucionalização das autarquias um antídoto a ter em conta. Governo pede calma e paciência, ressaltando que há vontade de melhorar o quadro social.

A cidade de Benguela, capital da província com a mesma designação, celebra pela segunda vez um aniversário a beneficiar de obras emergenciais, agora já com projectos concluídos, mas nem isso esconde sinais de degradação e um envelhecimento natural decorrente, em grande medida, da escassez de recursos financeiros, apontam levantamentos feitos pelo Novo Jornal.

Os 406 anos, assinalados na passada quarta-feira, 17, continuam na ordem do dia, até porque estão a chegar eventos como a Feira Internacional de Benguela (FIB) e, provavelmente, um Fórum de Negócios a juntar empresários locais e da União Europeia (UE), idealizados na perspectiva de captação de investimentos, nacional e externo.

A falta de investimentos, entretanto, não explica tudo quando se analisa o lado caótico da cidade, conforme a versão de observadores atentos, num alerta para o que se chamam de persistência de focos de má gestão e incompetência.

O saneamento básico, com o lixo espalhado por algumas ruas, no casco urbano e na periferia, volta a fazer soar alarmes, num contexto de debilidades até no capítulo da manutenção de equipamentos (barcas) que custaram alguns milhões de kwanzas.

A operação tapa-buracos, uma medida paliativa levada a cabo à boleia do Programa Integrado de Infra-estruturas Emergenciais, está paralisada, para o desagrado do munícipe que volta a ser confrontado com o péssimo estado das estradas em pleno centro da cidade.

“Continuaremos com as mesmas abordagens sempre que assinalarmos o 17 de Maio. Sem autarquias, nada feito, teremos sempre estes e outros pequenos problemas”, afirmou o arquitecto e docente universitário Felisberto Amado, que juntou ao saneamento e vias de comunicação a problemática da água e da energia.

Fonte: NJ

Exit mobile version