O Ministério Público português pediu, esta segunda-feira, que sejam julgados Ricardo Salgado, o ex-presidente do BES Angola, Álvaro Sobrinho, e os outros arguidos do processo que investigou o desvio de dinheiro do banco angolano para fins pessoais, com prejuízo para o BES em Portugal.
“Existem fortes indícios da prática dos crimes (…) Há um volumoso acervo de meios de prova, entre eles a prova pericial, documental, mensagens de correio eletrónico e escutas”, referiu a procuradora do Ministério Público (MP), esta segunda-feira, durante o debate instrutório.
A procuradora do MP considerou ainda que há mais probabilidades de os arguidos virem a ser condenados do que absolvidos, em caso de julgamento.
Álvaro Sobrinho está acusado de 33 crimes de burla, abuso de confiança e branqueamento de capitais, pela alegada apropriação indevida de cerca de 400 milhões de euros.
Ricardo Salgado, que era o presidente do BES, responde por dois crimes de abuso de confiança e burla, porque terá tido conhecimento da alegada gestão danosa no BESA.
O BES em Portugal terá sido prejudicado em cerca de 4,7 mil milhões de euros, através da concessão irregular de crédito que desequilibrou as contas do BESA.
Dois anos depois da acusação, a juíza Gabriela Assunção – que enviou Ricardo Salgado e Manuel Pinho para julgamento no processo EDP – vai decidir se também no processo BES Angola há indícios suficientes para que os arguidos sejam julgados.
Fonte: SIC Noticias/AN