Governo sul-africano desconhece alegações de Mondlane
O candidato presidencial apoiado pelo Partido Optimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) Venâncio Mondlane,afirmou num vídeo divulgado nesta segunda-feira, 4, ter escapado de uma tentativa de assassinato na África do Sul, onde se refugiou após as eleições de 9 de outubro.
Também hoje, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique acusou Mondlane de transformar manifestações em “atos de vandalismo, violência e roubo” com os seus discursos.
“Quando eu estava na África do Sul, assassinos estavam na minha porta para me matar”, disse Mondlane no vídeo no Facebook, que acrescentou que estava hospedado na área de luxo de Sandton, em Joanesburgo.
“Tive que pular pela porta dos fundos, escapar por um salão de cabeleireiro… e correr com minhas malas e minha família”, concluiu aquele político que, depois desse incidente, deixou o país, sem , no entanto, indicar a data em que a suposta tentativa de assassinato aconteceu.
Contactado pela AFP, o Ministério das Relações Exteriores da África do Sul disse não ter conhecimento da presença de Mondlane no país e que tal assunto deveria ter sido reportado à polícia.
Venâncio Mondlane continua a rejeitar os resultados das eleições de 9 de outubro que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) diz terem sido vencidas pelo candidato do partido Frelimo, no poder desde 1975.
Após o seu advogado Elvino Dias e o mandatário do Podemos Paulo Guambe terem sido mortos a tiros a 19 de outubro, enquanto se preparavam para contestar os resultados no tribunal, Mondlane disse que poderia ser o próximo.
Chefe da diplomacia acusa Mondlane de incentivar atos de vandalismo
Entretanto, também hoje a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique acusou Mondlane de transformar manifestações em “atos de vandalismo, violência e roubo” com os seus discursos e pediu à comunidade internacional “ajuda” para restabelecer a “estabilidade”.
“Os discursos do candidato Mondlane e seus correligionários criaram o ambiente propício para a transformação das manifestações – um direito constitucional – em atos de vandalismo, roubo e violência que se propagou um pouco por todo o país e que resultou na morte de algumas pessoas, prisões, saques e destruição de infraestruturas e propriedade alheia”, afirmou Verónica Macamo numa nota enviada ao corpo diplomático acreditado em Maputo.
A chefe da diplomacia moçambicana disse estar preocupada com o “o uso de cidadãos, muitos dos quais adolescentes, para praticarem atos criminais, que ofendem as normas legais e os bons costumes do nosso povo”.
Macamo reiterou que o Governo está empenhado na estabilização da situação e pediu “aos nossos parceiros de cooperação para nos ajudarem no restabelecimento da calma, serenidade e estabilidade”.
A CNE anunciou, a 24 de outubro, que Daniel Chapo, da Frelimo, vencer a eleição presidencial com mais de 70 por cento, em comparação com os 20 por cento de Mondlane.
Nas últimas semanas, as principais cidades moçambicanas estão paralisadas e na quinta-feira, 31, Mondlane convocou uma grande manifestação para 7 de novembro, que ele chama de dia da vitória.
Fonte: VOA