O secretário executivo do Conselho Nacional das Obras Públicas (CNOP), António Resende, reafirmou, terça-feira, a aposta do Governo na construção do Metro de Superfície de Luanda, apesar de ainda não existir uma data para o início da empreitada, que visa melhorar a mobilidade na capital do país.
António Resende, que falou à imprensa no intervalo da reunião do CNOP, orientada pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, avançou que neste momento está em discussão sobre qual será o ramal principal e prioritário para a construção do metro de superfície, que deve passar pelas zonas de maior densidade populacional.
“A intenção é atender a população, por isso se está a ver a possibilidade do metro chegar próximo da cidade, para haver uma mobilidade a nível de Luanda bem melhor da que existe actualmente”, esclareceu António Resende, após a reunião do Conselho, que decorreu à porta fechada.
O secretário executivo do CNOP informou que o projecto já foi aprovado em Decreto Presidencial, mantendo a parceria alemã e o financiamento, estando em estudo as fases para melhor distribuição orçamental.
O projecto do Metro de Superfície de Luanda começou com um Memorando de Entendimento assinado em 7 de Fevereiro de 2020 por Michael Peter, director executivo da empresa alemã Siemens Mobility, e o ministro dos Transportes, Ricardo d’Abreu, no quadro da visi-ta que a então chanceler alemã, Angela Merkel, efectuou a Angola.
Segundo matérias já publicadas neste diário, o orçamento inicial da construção do Metro de Superfície de Luanda está no valor de três mil milhões de dólares e Angola teria uma participação na ordem dos 30 por cento, cabendo a outra parte aos agentes privados interessados em participar do projecto.
A linha do Metro de Superfície vai ter uma extensão de 149 quilómetros e cobrir os eixos principais de Luanda, isto é, do Porto de Luanda e Cacuaco, Avenida Fidel Castro Ruz-Benfica, Porto de Luanda-Largo da Independência e Cidade do Kilamba-Largo da Independência.
O Metro de Superfície de Luanda, que numa primeira fase vai ligar a Centralidade do Kilamba ao Porto de Luanda, oferece benefícios na requalificação urbana da capital do país. A Linha Amarela, a primeira a ser construída, vai sair do Kilamba, passando pelo traçado BRT, Estádio 11 de Novembro, Sapu, Estalagem, Grafanil, Estrada de Catete, Unidade Operativa até à Tourada. Deste ponto vai prosseguir até à zona do Aeroporto, descendo para o Prenda até ao Zamba 2. Daí segue para a Nova Marginal até chegar ao Porto de Luanda.
A Linha Vermelha será instalada no separador central da Avenida Fidel Castro Ruz, numa rota de aproximadamente 60 quilómetros, de Cacuaco para o Benfica, enquanto a Linha Verde vai ligar Cacuaco ao Porto de Luanda. A Linha Azul vai sair do Zamba 2, conectar com a Linha Amarela, passando pela Nova Marginal, até ao Benfica.
Aeroporto Internacional António Agostinho Neto
Na reunião do Conselho Nacional das Obras Públicas foram analisados outros projectos estruturantes do país, com destaque para o novo Aeroporto Internacional de Luanda “Dr. António Agostinho Neto”, a ser concluído em Novembro, segundo António Resende.
O secretário executivo do Conselho Nacional das Obras Públicas (CNOP) acrescentou que decorrem os acertos necessários para a conclusão deste projecto, do ponto de vista de sincronização dos sectores, concretamente dos acessos, energia, água e todas as infra-estrutura rodoviárias. “Estão a ser acauteladas todas as condições, para que no dia da inauguração do Aeroporto Internacional “Dr.António Agostinho Neto” tudo esteja a funcionar”, garantiu.
O Aeroporto Internacional “Dr. António Agostinho Neto” está localizado a 42 quilómetros da cidade de Luanda, numa área de 75 quilómetros quadrados e foi projectado para acolher aeronaves de grande porte, como o Airbus 380. As obras tiveram início em 2017 e foram orçadas em 1,4 mil milhões de dólares.
Pólo industrial na Barra do Dande
Outro ponto da agenda foi sobre o Terminal Oceânico da Barra do Dande, que recebeu ontem a visita do Presidente da República, João Lourenço.
António Resende disse que para além do terminal, há outros projectos a serem erguidos naquela zona, com destaque para um pólo industrial, uma área de armazenamento da reserva alimentar, bem como outras infra-estruturas que vão ser erguidas à volta do Terminal Oceânico, compreendendo a Zona Franca da Barra do Dande.
“Este assunto também está a ser discutido e tratado pela coordenação, com relação à energia, água, acessos e o fluxo de transportes”, realçou António Resende, que não entrou em pormenores sobre o orçamento para estes projectos, garantindo, apenas, que “num futuro breve os projectos prioritários vão entrar na carteira de investimentos públicos”.
O Conselho Nacional das Obras Públicas é composto por 12 ministérios e um grupo técnico que envolve um representante de cada ministro e das ordens dos Engenheiros e dos Arquitectos de Angola..
Fonte: AN