Os médicos angolanos estão preocupados com a falta de capacidade laboratorial para responder a um eventual surto de cólera no país.
A preocupação foi manifestada esta quinta-feira, em Luanda, pelo Presidente do Sindicato dos Médicos Angolanos, Adriano Manuel, quando falava à Emissora Católica de Angola, sobre um eventual surto de cólera no país, face ao que as Repúblicas Democrática do Congo e da Zâmbia estão a viver.
Adriano Manuel disse que as unidades sanitárias do país estão sem capacidade laboratorial, de recursos humanos e medicamentosa para travar um eventual surto.
“Se tivermos um caso, a probabilidade de termos controlo vai ser extremamente difícil, até porque o país não tem laboratórios capazes de fazer diagnósticos. Na maior parte das províncias quase nós não tempos laboratórios”, afirmou.
Adriano Manuel cita o exemplo de Luanda, que no seu entender não possui nenhuma unidade sanitária com estrutura para responder um eventual caso de cólera.
“Até ao diagnóstico, mais pessoas eventualmente poderão ser contaminadas” acrescentando que está a referir-se “do ponto de vista medicamentoso, de recursos humanos. Diante de um surto de certeza que não teremos força de trabalho suficiente para poder acudir a questão relacionada com a cólera”.
O médico esclareceu que a cólera é uma doença com “capacidade de disseminação muito grande”, citando como exemplo, o facto de ter um tempo de incubação de seis horas a três dias.
“Neste tempo, até ser determinado que é cólera, já 10, 20, 40 pessoas foram atingidas”, referiu, acrescentando que “cólera é extremamente agressiva”.
Fonte: CK