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Luanda está “mais organizada e mais limpa” – Nos mercados, bancadas outrora vazias estão agora ocupadas, mas é preciso continuar, não pode ser só “show off”, avisam moradores

Vários automobilistas, residentes e comerciantes da província de Luanda dizem que o reordenamento do comércio melhorou, nas últimas semanas, a imagem do centro da cidade e das zonas urbanas. Pedem ao Governo Provincial de Luanda (GPL) que leve a sério este processo de organização das zonas comerciais e da circulação rodoviária e que medida seja mais do que um breve “show off”. Nos principais mercados, as bancadas que outrora estavam vazias, agora encontram-se ocupadas. A “zunga” continua na capital mas já não se vêem aglomerados de vendedoras nas ruas, à imprensa andou pela cidade e conta o que encontrou.

Em zonas como a do Benfica, da Vila do Gamek, ou do bairro Palanca e do São Paulo, onde a desorganização das vendas eram notória em todas as horas do dia, este cenário deixou de existir completamente, apesar do “jogo do gato e do rato” entre fiscais e vendedoras que tentam continuar a ganhar a vida para sustentar os filhos. À imprensa falou com algumas zungueiras que afirmaram que continuam a fazer a venda dos seus produtos. As mulheres contaram que não têm sido alvo da perseguição dos fiscais, desde que circulem.

No Mercado do S. Paulo, nos armazéns do Hoji-ya-Henda, assim como na zona das Pedrinhas, nos congolenses, por exemplo, as grandes quantidade de lixo produzido e recolhido aos montes devido à venda desordenada, também deixaram de se ver.

As autoridades policiais e administrativas (os fiscais) continuam presentes nestes locais onde o Plano de Reordenamento do Comércio do GPL tem estado a ser implementado.

Alguns armazéns e lojas continuam encerrados temporariamente pelas autoridades para se organizarem, e os que estão organizados e documentados fazem as vendas normais.

O lixo e as obstruções na via pública deixaram de existir em mercados e avenidas.

Trânsito fluido, zonas limpas e calmas, armazéns e lojas organizadas…este foi o cenário que à imprensa encontrou nestes locais.

Automobilistas e comerciantes, ouvidos pela imprensa, admitem que o reordenamento da venda desordenada melhorou a imagem de Luanda apesar dos temores iniciais de que o plano fosse apenas um “show off” do GPL.

Entretanto, estes automobilistas e comerciantes, assim como os moradores, pedem ao GPL que não recue na decisão, visto que Luanda ganhou uma nova imagem e o trânsito automóvel flui muito melhor.

“Na verdade, Luanda está a ficar organizada com esta medida. Esperamos que dure e que não seja apenas por um período”, disseram à imprensa Lamine Yusset, cidadão guineense que trabalha no ramo do comércio em Luanda.

Mateus Almeida, gerente de uma loja no São Paulo, contou que já era sem tempo de o Governo tomar medidas sérias e salienta que o reordenamento do comércio melhorou a imagem de Luanda e dá tranquilidade aos automobilistas.

César André e Mónica Guimarães, moradores da zona do São Paulo, disseram que pela primeira vez desde há 20 anos, vivem em paz na zona, mas apelam às autoridades para não facilitarem, para que tudo não volte ao que era.

Pensamento similar ao do César André e Mónica Guimarães têm vários automobilistas com quem à imprensa conversou. Mauro Mentes, Tiago Costa e Francisco Viana Domingos asseguram que em muitas zonas de Luanda há fluidez no trânsito desde que houve o reordenamento do comércio.

Mercados do Asa Branca, Congolenses e do S. Paulo com bancadas ocupadas

O plano de reordenamento do comércio em Luanda levou a que muitas vendedoras que outrora se encontravam a vender nas ruas e passeios, fossem parar ao interior dos mercados para continuarem a comercializar os seus produtos.

Em alguns mercados da cidade de Luanda, como Asa Branca, Congolenses e do S. Paulo, as bancadas anteriormente vazias estão agora preenchidas e diariamente várias comerciantes são encaminhadas pelas administrações destes mercados para um lugar no mercado.

À imprensa apurou que no Mercado do São Paulo, por exemplo, mais duas mil zungueiras aderiram nas últimas semanas. Número idêntico registou-se no mercado do Asa Branca.

Manuel Homem, que está a governar Luanda há menos de um ano, disse que o Governo não está a lutar contra as zungueiras, depois de estas se terem manifestado contra o seu plano de reordenamento do comércio, nem pretende acabar com a venda ambulante, mas reorganizar as zonas comerciais.

O Governador disse que muitos armazéns grossistas estão em espaços não consignados para a venda a grosso e não cumprem as regras de higiene.

Motorizadas de três rodas continuam a transportar passageiros apesar da proibição do GPL

Se por um lado o reordenamento da venda desordenada está a melhorar a imagem de Luanda, por outro, as motorizadas de três rodas, também conhecidas como “kupapatas”, que estão proibidas de transportar passageiros por serem motociclos de mercadorias, continuam a transportar cidadãos tanto nas zonas urbanas como nas suburbanas.

Alguns passageiros dizem que estas motorizadas os têm ajudado a economizar o dinheiro do táxi, visto que é muito dispendiosos apanhar um “azul e branco” nas primeiras horas do dia.

Outros asseguram que é um erro o GPL proibir a transportação de passageiros, visto que não há transportes públicos disponíveis para as populações.

Vários moto-taxistas disseram à imprensa que esta proibiçãodo GPL é apenas para o centro da cidade, e que esta actividade está autorizada nas zonas suburbanas, assegurando que têm trabalhado com normalidade.

O chefe da Direcção de Trânsito e Segurança Rodoviária da província de Luanda, Simão Saulo, declarou que a Polícia Nacional está a redobrar a fiscalização.

“Estes motociclos foram concebidos e adaptados exclusivamente para o transporte de mercadorias e não de passageiros, como se tem verificado, portanto, estamos a redobrar a fiscalização no sentido de repor a legalidade”, avisou o responsável.

Fonte: NJ

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