O Ministro da Cultura, Filipe Zau, afirmou segunda-feira, em Luanda, que se pretende criar uma nova política cultural com o objectivo de diversificar a economia, promover a empregabilidade dos artistas, e melhor difundir a cultura nacional.
Em declarações à imprensa, no final do encontro de auscultação com representantes do movimento Kuduro de Angola, sublinhou a importância de integrar diferentes expressões culturais no Plano Nacional da Cultura, destacando o Kuduro como um dos pilares da identidade cultural angolana contemporânea.
“O encontro teve como objectivo principal conhecer os problemas comuns dos artistas, a fim de, futuramente, se formular uma nova política cultural a ser apresentada no 4º Simpósio da Cultura Nacional”, explicou o governante.
Segundo Filipe Zau, é necessário reflectir-se sobre as políticas culturais que se deseja implementar nos próximos dez anos, facilitando com que os artistas compreendam as agendas e se integrem nas formas de enquadrar o seu trabalho.
O ministro explicou que o diálogo ocorreu com as associações, por estas representarem um maior número de pessoas, e que, dentro de 15 dias, espera-se que tragam propostas para a tomada de decisões.
Por sua vez, o presidente da Associação de Kuduristas de Angola, Albino José “Bi-Black”, elogiou a iniciativa do ministério e manifestou o desejo de ver o Kuduro amplamente reconhecido e apoiado, não apenas como uma manifestação cultural, mas também como uma indústria criativa que pode gerar emprego e promover a cultura angolana além-fronteiras.
“Somos dos músicos que mais fizemos sucesso, mas não somos nem tidos nem achados num país onde a cultura é valorizada, mas aqueles que a fazem não são”, lamentou.
Destacou que os kuduristas enfrentam problemas conjunturais e específicos, como direitos de autor e conexos de fonogramas, que são responsabilidades dos fazedores de arte.
O encontro faz parte de uma série de acções e auscultação a classe artística que o Ministério da Cultura tem promovido com diversos agentes culturais, com vista à actualização da política cultural Angolana e da recolha de contribuições para o Plano Nacional da Cultura (PLANACULT).
O encontro, realizado no Ministério da Cultura, contou com a participação de vários kuduristas que partilharam suas visões e sugestões sobre o futuro da cultura.
Fonte: Angop