Recusados outros depoimentos e nova perícia médica a Ricardo Salgado. Debate instrutório marcado para 3 de Junho, um ano após tribunal ter declarado aberta instrução relacionada com desvio milionário.
A juíza de instrução do processo que apura responsabilidades criminais no desvio milionário do Banco Espírito Santo (BES) Angola apenas aceitou ouvir o empresário luso-angolano Álvaro Sobrinho, o principal arguido do caso, recusando as múltiplas diligências solicitadas pelos quatro arguidos que pediram a abertura desta fase facultativa do processo penal.
O ex-banqueiro está a ser investigado por 20 crimes: sete de branqueamento de capitais e treze de abuso de confiança agravado, cindo deles em coautoria.
Em 2022 a SÁBADO dava conta dos crimes que a procuradora Rita Madeira e o juiz de instrução Carlos Alexandre consideram que foram cometidos num esquema montado desde 2006. Envolvidos no “plano que visou manter o financiamento do BESA [BES Angola] à área imobiliária da Escom” estariam também Ricardo Salgado e Hélder Bataglia, referem os despachos assinados pela procuradora e o juiz. O esquema montado terá permitido a Álvaro Sobrinho apropriar-se 399 milhões de euros do BES Angola.
Este é um processo-crime que se arrasta há cerca de 14 anos, mas poderá estar para breve o início do julgamento. No início de 2023 a defesa Álvaro Sobrinho garantiu que o ex-bancário estava a ser investigado “pelos mesmos factos” em Portugal, em Angola e na Suíça, entretanto os processos nestes últimos dois países foram “arquivados por falta de indícios de atividade criminosa”.
Fonte; AN