Um jovem delinquente foi na manhã de terça feira executado à queima-roupa, alegadamente pelo Serviço de Investigação Criminal, no bairro do Prenda, onde terá chegado dentro da viatura da polícia, segundo os populares, que contam que o rapaz, que terá assaltado uma mulher no antigo controlo, foi levado ali para morrer às mãos dos agentes. O SIC não confirma nem desmente, recusando-se a dar mais informações.
Tudo começou no antigo controlo, município de Luanda, por volta das 11h, quando o meliante assaltava uma mulher e foi apanhado em flagrante pelos agentes do SIC. De acordo com os populares que acompanharam o desenrolar da situação, após o SIC frustrar o assalto, o jovem foi obrigado a entrar num carro da Polícia Nacional que o transportou até à rua 5.
Quando chegaram, mandaram o rapaz descer da viatura e dispararam quatro tiros à queima-roupa, provocando-lhe a morte. Depois da execução, os efectivos do SIC foram-se embora, abandonando o cadáver no chão.
Minutos depois, conforme à imprensa acompanhou, chegou o carro de remoção de cadáveres do Serviço de Investigação Criminal (SIC) e os agentes retiraram o cadáver daquela localidade.
Em conversa com os residentes da zona onde ocorreu a execução, foi possível apurar que o homem não vivia no bairro.
“Aqui no bairro ninguém o conhece, ele não é daqui”, contam os populares.
Questionado pela imprensa como tudo ocorreu, um dos moradores respondeu que estava dentro de casa, quando, de repente, ouviu barulho de tiros.
“Quando saímos para fora, nos deparámos com o jovem no chão com sinais de quatro disparos e o carro da polícia a abandonar o corpo”.
Os moradores disseram também que é a primeira vez que uma situação como esta acontece naquele bairro.
De lembrar que em 2017, o activista Rafael Marques de Morais fez uma denúncia pública que foi apresentada ao então Ministro do Interior de que agentes afectos ao SIC estariam a realizar execuções sumárias nos municípios de Cacuaco e Viana, ao arrepio da Constituição e da Lei, “tendo como vítimas supostos delinquentes”.
Na altura, a PGR abriu um preliminar para se aferir a veracidade dos factos denunciados”.
Fonte: NJ