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João Lourenço considera África CDC um orgulho para o continente africano

O Presidente da União Africana (UA), João Lourenço, considerou, ontem, em Adis Abeba, Etiópia, o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC) um farol de excelência em saúde pública, que orgulha todo o continente africano.

O estadista angolano enalteceu a importância da instituição na mensagem deixada no livro de honra do África CDC, no termo da visita que efectuou à sede da organização, com o objectivo de se inteirar do seu funcionamento.

João Lourenço referiu que o papel desempenhado pelo África CDC permitiu estabelecer um padrão louvável na vigilância da prevenção e controlo de doenças, tendo contribuído, “imensamente”, para a segurança sanitária continental e mundial.

“Na qualidade de Presidente em exercício da União Africana, louvo, vivamente, os esforços notáveis do África CDC para fazer avançar a agenda da Saúde Pública do continente, ligando-a estreitamente ao crescimento económico e à criação de emprego, e garantindo a segurança e o bem-estar de todos os africanos”, escreveu João Lourenço no livro de honra.

O África CDC, acrescentou, desempenha um papel fundamental no reforço da capacidade do Continente para responder eficaz e rapidamente às ameaças sanitárias emergentes.

O Presidente da UA reconheceu o trabalho da equipa do Àfrica CDC, reafirmou o seu compromisso de prestar um apoio contínuo e sólido à instituição, capacitando-a para cumprir plenamente o seu mandato essencial. “Juntos construiremos sistemas de saúde resilientes, melhoraremos a preparação e garantiremos uma África mais segura e saudável para as gerações futuras”, assegurou na mensagem.

Interacção com os funcionários 

Antes de deixar as instalações do África CDC, onde visitou algumas áreas importantes para o seu funcionamento, João Lourenço manteve um encontro breve com os funcionários da instituição, na sua maioria jovens, ocasião durante a qual os confortou com palavras de encorajamento.  

“Gostaríamos de encorajar a todos, particularmente ao Dr. Jean Kaseya e a vocês aqui presentes, seus colaboradores, por tudo quanto têm feito e dizer que o continente conta muito com o vosso saber, com o vosso empenho e com o vosso trabalho”, destacou o estadista angolano.

Neste encontro, realizado no Auditório do África CDC, o Presidente João Lourenço referiu que o papel da instituição deve passar, além de controlar as doenças, as epidemias, que disse serem, “infelizmente”, cada vez maiores no continente, trabalhar no sentido de garantir a prevenção delas. “Vocês têm nas vossas mãos essa grande responsabilidade”, recordou aos funcionários do África CDC.

Jovens no processo de desenvolvimento

Ao dirigir-se aos jovens que integram a vasta equipa de funcionários do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, o Presidente da União Africana lembrou-os do seu papel no processo de desenvolvimento do continente. João Lourenço ressaltou que eles serão uma mais-valia no manuseio da tecnologia de ponta instalada no África CDC.

“O futuro está nas vossas mãos, precisamente por serem jovens que dominam muitas das tecnologias que acabamos de ver na outra sala”, frisou o estadista angolano, referindo-se aos equipamentos tecnológicos presentes naquela instituição.

O Presidente da União Africana assegurou que, em conjunto com a sua equipa de trabalho, no caso a Comissão e o director do África CDC, Jean Kaseya, vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que se tire o máximo de proveito das capacidades instaladas na instituição.

Financiamento externo

Dada a escassez que se começa a verificar em relação às ajudas externas, o Presidente em exercício da União Africana disse ser necessário que o continente encontre soluções para cobrir esta lacuna, que, como adiantou, se pode aprofundar nos próximos anos.

“Portanto, vamos todos, em conjunto, trabalhar na busca dessas mesmas soluções”, apelou o estadista angolano, que visitou a instituição pela primeira vez. “Saio daqui muito bem impressionado pelas capacidades instaladas”, acentuou o Presidente da União Africana, que se fez acompanhar nesta visita do presidente da Comissão da organização continental, Mahamoud Ali Youssouf, e do director do África CDC, Jean Kaseya. 

 Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças

O Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças é uma agência da União Africana para apoiar as iniciativas de Saúde Pública dos Estados-membros e fortalecer a capacidade das suas instituições de Saúde para lidar com ameaças de doenças.

Sediada em Adis Abeba, o África CDC foi estabelecido, em 2016, pela 26.ª Assembleia Ordinária de Chefes de Estado e de Governo para melhorar a coordenação entre as instituições da Saúde entre os Estados-membros da União Africana no tratamento de ameaças de doenças.

Os Estados-membros da União Africana consideraram, pela primeira vez, a ideia de estabelecer uma agência de Saúde Pública em todo o continente, em 2013, numa Cimeira especial da UA sobre HIV, Tuberculose e Malária, em Abuja, Nigéria (Julho de 2013). A ideia foi proposta pelo Governo da Etiópia, então presidente da UA.

A epidemia de Ébola na África Ocidental, em 2014, acelerou o estabelecimento do África CDC e moldou as percepções sobre qual seria o seu principal propósito e fortaleceu a importância da prevenção e resposta a emergências de saúde.

Em Julho de 2015, a reunião dos ministros da Saúde da União Africana, em Malabo, adoptou o estatuto da instituição, que pedia a aceleração do estabelecimento da instituição. O África CDC desempenhou um papel importante na resposta à pandemia da Covid-19.

O África CDC tem, também, centros de colaboração regionais no Egipto, Nigéria, Gabão, Zâmbia e Quénia, que abrangem o Norte de África, a África Ocidental, a África Central, a África Austral e a África Oriental.

Em 2018, na Cimeira de Pequim do Fórum de Cooperação China-África , a China anunciou a construção da sede africana do CDC, como um projecto emblemático na sua parceria com o continente, após o sucesso do Centro de Conferências e Complexo de Escritórios da UA . Em Dezembro de 2020, a inauguração já havia começado antes do previsto e, em Novembro de 2021, a estrutura principal foi concluída.

Angola vai ter uma instituição semelhante em menor dimensão  

A ministra da Saúde, que integrou a delegação do Presidente da República nesta visita de trabalho a Adis Abeba, anunciou que Angola vai ter uma instituição com os mesmos fins que a do África CDC, mas em menor dimensão. “Já estamos a criar as condições para termos numa dimensão mais pequena, mas com toda a tecnologia que aqui está disponível”, assegurou Sílvia Lutucuta em declarações à imprensa.

A ministra da Saúde disse que a ideia passa por dotar o país de condições para um seguimento pormenorizado das epidemias que surgem, do que tem que fazer de prevenção, assim como reforçar a capacidade laboratorial e dos recursos humanos do país.

Um angolano no África CDC

A vasta equipa de funcionários do África CDC conta com um angolano, que actua como ambientalista. O único angolano, até ao momento, na instituição, Danilo Silva, de 38 anos e natural de Luanda, tem como responsabilidade garantir que as actividades do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, do ponto de vista ambiental, decorram normalmente.

 A sua tarefa visa, igualmente, criar as condições sociais das comunidades onde as intervenções da instituição são feitas. Danilo Silva revelou que o segredo para integrar o quadro de pessoal do África CDC foi apostar na formação, sobretudo no aprendizado de língua. “Basicamente, o que eu aconselho é apostar na formação, na língua, que as oportunidades aparecem”, ressaltou o angolano especialista ambiental e social.

Fonte: JA

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