Depois da subida dos combustíveis e com a inflação galopante que fez disparar os preços dos produtos, o cepticismo tomou conta das famílias, que olham para o futuro com muitas reservas.
O pessimismo das famílias angolanas continua a crescer, com o Indicador de Confiança dos Consumidores (ICC) a cair para -17 no primeiro trimestre deste ano, o valor mais baixo desde o IV trimestre de 2019, segundo dados publicados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), referentes ao I trimestre deste ano.
O facto demonstra que a confiança dos consumidores sobre a evolução económica e financeira do País continua baixa, na medida em que o ICC manteve a tendência descendente dos últimos cinco trimestres consecutivos, realçando o estado de espírito das famílias angolanas.
Influenciaram negativamente a baixa expectativa das famílias angolanas, a actual difícil situação económica dos agregados e as perspectivas sombrias dos próximos 12 meses. É que, depois da subida dos combustíveis e com a inflação galopante que fez disparar os preços dos produtos, a população perdeu a esperança de ver melhorias nas suas vidas, pelo menos no curto prazo.
Por exemplo, apenas 22,6% dos inquiridos acha que será possível poupar algum dinheiro no próximo ano, apenas 2% deste universo acha possível comprar um carro nos próximos dois anos e 11,8% acreditam ser possível comprar uma casa num prazo de dois anos.
Algumas variáveis que compõem o indicador mantêm-se em terreno negativo, como a opinião sobre a situação financeira das famílias nos próximos 12 meses, a opinião sobre a situação económica do País em igual período de tempo, bem como a situação económica actual dos agregados.
Luz ao fundo do túnel
Mas, ainda assim, parte dos entrevistados do estudo do INE vê uma luz ao fundo do túnel e acredita na redução do desemprego nos próximos 12 meses e uma ligeira estabilidade na situação financeira das famílias.
O Inquérito da Conjuntura no Consumidor tem como objectivo obter a opinião dos agregados familiares face a vários aspectos da conjuntura económica. Permite também avaliar o nível ou o grau de confiança das famílias angolanas no que concerne à situação económica e financeira do País, bem como a dos agregados familiares.
As estatísticas de Conjuntura no Consumidor são produzidas com base nos inquéritos qualitativos de opinião feitos a 3.000 famílias, distribuídas pelas várias províncias do País, o que permite inferir sobre a análise e interpretação da evolução da situação económica e financeira das famílias num horizonte temporal curto da situação económica do País.
Fonte: Expansão