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Historiadores pressionam actualização da imagem de Mandume em livros

Enquanto se celebram os 106 anos da morte de Mandume Ya Ndemufayo, a imagem de um rei de tronco nu e corpulento continua a baralhar a mente dos mais jovens. Historiadores entendem que essa «incontingência» também se deve à falta de actualização nos manuais escolares. O Arquivo Nacional de Angola alerta que já vem partilhando a foto verdadeira desde 2006 com o Ministério da Educação, mas esse último avança que está em marcha o processo de actualização dos materiais, em que será abrangida apenas agora a troca de fotos.

A historiadora Rosa Cruz e Silva explica, em declarações à imprensa, que o que terá acontecido com a deturpação da imagem de Mandume Ya Ndemufayo é o que chama de “incontingências nas pesquisas”. Sucede que, no período colonial, uma investigadora portuguesa, que pesquisava sobre a vida do rei Mandume, não teve acesso à imagem verdadeira do soberano, porque a família, depois das informações, não terá cedido a foto, uma vez que “na altura não estava interessada em fornecer informações reais”. Pelo relato que essa investigadora ouviu da família, concluiu em criar a imagem corpulenta, altamente propalada, de Mandume.

Cruz e Silva, que também foi ministra da Cultura, informa que aquela historiadora não sabia se existiam tais fotografias nos arquivos da África do Sul, Namíbia e Inglaterra.

À margem de uma palestra em alusão ao 106.º aniversário da morte do rei Mandume Ya Ndemufayo, decorrida no Arquivo Nacional de Angola, a antiga ministra apelou à necessidade de se insistir em realizar mais palestras, para se dissiparem dúvidas sobre a imagem de Mandume.

“No início da década de 2000, publicámos as imagens, fizemos pósteres, mas ninguém ligou”. A historiadora refere, entretanto, que esse trabalho vai continuar até as pessoas se convencerem de que a imagem é a verdadeira.

Fonte: NJ

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