Taxistas em Angola vão deixar de contar com cartões de subsídio à gasolina a partir de 30 de abril. Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola diz que aguarda desenvolvimentos, mas não descarta novos protestos.
A notícia é avançada pelo semanário que cita um decreto presidencial, divulgado também esta tarde nas redes sociais.
O decreto revoga o diploma de junho de 2023 que aprovava a atribuição do subsídio à gasolina para o transporte intermunicipal, interurbano e urbano de passageiros. O documento isentava igualmente embarcações de pesca artesanal licenciadas e o setor da agricultura.
O subsídio à gasolina resultava da assunção, por parte do Estado, do custo do incremento do preço através de um desconto em cartões de consumo com ‘plafond’ diário de 7.000 kwanzas (9,4 euros).
“Toda a ação requer uma reação”
Em declarações à imprensa, o presidente da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), Francisco Paciente, disse que, ao ver o decreto nas redes sociais, julgou que se tratava de uma notícia falsa, depois da controvérsia em torno do subsídio aos combustíveis no ano passado e de ser ter chegado a uma solução com os taxistas.
“Mas, havendo a retirada da subvenção, não teremos outra escolha senão a fazer também uma subida do preço da corrida de táxi”, avisa.
Francisco Paciente não descarta a possibilidade de novos protestos.
“Tudo é previsível. Os taxistas e os cidadãos terão, perante a medida, alguma reação. Toda a ação requer uma reação. Vamos esperar o pronunciamento do Governo, para ver, diante desse cenário, o que pensa fazer com os taxistas – para ver se encontra outra forma de subsidiar os combustíveis ou os próprios taxistas.”
O decreto presidencial que circulou esta quinta-feira “não aponta soluções”, comenta o presidente da ANATA. “Vamos fazer fé que o Governo pode, por via de outra comunicação, indicar o caminho a seguir para facilitar a vida dos angolanos”, conclui.
Em junho de 2023, o Executivo anunciou a retirada gradual de subsídios à gasolina que passou de 160 kwanzas para 300 kwanzas/litro (de 0,25 euros para 0,48 euros). A medida gerou uma onda de contestação no país e manifestações de taxistas e mototaxistas.
Fonte: DW