O furacão Freddy parece não querer deixar as costas de Moçambique, onde esteve, no sul, na região de Sofala, dias antes de na passada sexta-feira voltar a atacar, desta feita no centro-norte, nas províncias de Zambezia e Nampula, depois de um estranho bailado também pelos céus do vizinho Malawi, tendo antes atravessado todo o Índico, desde a Austrália, sobrevoando Madagáscar, deixando dezenas de mortos e milhares de desalojados neste trágico percurso.
Mais de 100 mortos – 60 neste regresso à costa – é, para já, o balanço trágico do letal bailado que o ciclone Freddy, considerado pelos meteorologistas um dos mais poderosos e estranhos jamais registados nesta parte do mundo, seja pela sua dimensão e vigor, seja pelo estranho mapa que percorreu, saindo e voltando à costa africana por duas vezes, ameaçando repetir este singular trajecto mais cedo ou mais tarde.
Este é um dos ciclones mais poderosos, senão mesmo o mais forte, alguma vez registado no Hemisfério Sul, estando a ganhar terreno para ser também o mais extenso no tempo entre os ciclones tropicais, referiu a Organização Mundial de Meteorologia, em comunicado citado pela Al Jazeera.
Neste seu regresso a Moçambique, o Freddy varreu dezenas de localidades, deixando milhares de famílias sem tecto, destruindo estradas e pontes, especialmente na região costeira de Quelimane, província de Zambezia, enquanto se dirigia, aparentemente sem perder fôlego, para oeste, em direcção ao interior do Malawi, onde, para já, foram reistadas mais mortesm perto de 60, especialmente na zona comercial de Blantyre.
De acordo com fontes citadas pela Reuters, a maior parte das vítimas mortais são resultado da queda de árvores, desmoronamento de edifícios, deslizamento de terras e das fortes correntes de água que se ergueram nas estradas e ruas das localidades.
Esta manhã de terça-feira, 14, segundo o registo por satélite da “Zoom Earth”, o Freddy estava posicionado a pouco mais de 300 kms a norte da cidade moçambicana da Beira.
Fonte: NJ