Funcionários do Banco Internacional de Comércio (BIC) estão, desde terça-feira,18, desanimados e surpresos com a informação avançada pela administração de que a instituição irá fechar cerca de 40 agências e despedir mais de 400 trabalhadores.
O banco diz que não consegue adquirir divisas, para melhor trabalhar, e que também não está a passar pela sua melhor fase, devido à actual situação macroeconómica que o País vive.
Esta quarta-feira,19, à imprensa andou por algumas agências do BIC, em Luanda, e conversou com funcionários que disseram estar desanimados com a informação avançada pelo conselho de administração, pois não esperavam que a instituição fosse despedir trabalhadores nesta fase, visto que em 2020, no período da Covid-19, o banco se manteve estável e não abriu mão dos funcionários.
Na maioria das agências, é visível a tristeza no rosto dos trabalhadores que asseguram terem sidos surpreendidos. Dizem-se bastantes admirados com a decisão tomada pelo conselho de administração, que avançou à imprensa, no dia 17, que o banco antevê encerrar, nos próximos tempos, cerca de 40 dos 230 balcões existentes no País.
“Estamos todos desanimados. Não é para menos, com essa informação de despedimentos, visto que todos temos famílias e encontrar emprego não está fácil”, desabafou um gerente de uma agência no Cazenga.
Numa das agências da Vila Alice, um funcionário contou que todos estão apreensivos com a informação dos despedimentos.
Na agência Maianga, outro trabalhador contou à imprensa que trabalha na instituição há três anos e que até já começou a organizar a vida, mas teme que o seu nome venha a fazer parte da lista dos funcionários a serem despedidos.
“Perder emprego nesta fase é um suicídio! Não sei onde irei recorrer, visto que já vivi experiência similares numa instituição financeira em 2018”, contou este tesoureiro, que solicitou anonimato.
A imprensa constatou que o cenário é de tristeza e incerteza entre os funcionários do BIC, visto que, até agora, ninguém sabe quem será despedido e quais os balcões a encerrar.
Entretanto, o presidente do Conselho Executivo do BIC, Hugo Teles, disse no dia 17, à margem da assinatura do protocolo de parceria entre o banco e novos co-investidores, enquadrado no projecto “Crescer Juntos”, que o banco irá despedir mais de 400 trabalhadores e encerrar 40 balcões.
Segundo o gestor, o BIC é o único banco que ainda não fechou balcões em Angola, mesmo com a actual realidade que o País atravessa, mas assume ter dificuldades em adquirir divisas junto do Banco Nacional de Angola (BNA), para trabalhar.
“Nós somos o único banco que ainda não fechou balcões e tentamos manter bons salários aos trabalhadores, mas temos de ter algum apoio para continuar a trabalhar. Infelizmente, só alguns bancos é que estão a comprar divisas, e são bancos que às vezes não têm kwanzas, e nós é que lhes emprestamos os kwanzas, e, ao invés de nos venderem a nós as divisas, não o fazem. Não é normal que bancos com 20 e 30 balcões comprem mais divisas do que os bancos maiores”, lamentou.
Fonte: NJ