Toda a figura paterna é tida como o espelho de casa. Muitos deles sofrem para garantir o sustento das famílias. Às vezes ocultam a verdade, para que não tenham pena delas. Para a maioria, ser pai não é “um mar de rosas”, pois existem sacrifícios, por detrás do sorriso de quem luta para garantir o sustento do lar.
Desde sempre, o pai exerceu um papel de extrema importância no lar. Por isso, é comum, o chefe de família desistir de certas regalias pessoais, para garantir o bem-estar de todos.
Na maioria das vezes, a função do pai é orientar a família e estabelecer as regras e a disciplina dentro do agregado. Porém, em alguns casos, vai mais além. Como pilar do lar tem um impacto positivo no desenvolvimento dos filhos.
Augusto Luemba, de 35 anos, é engenheiro electrónico e para ele ser pai não é fácil. “Geralmente, a figura paterna é associada a muitas coisas negativas. Há uma ideia generalizada, devido às falhas de alguns. Pessoalmente dou o melhor para garantir um futuro aos meus filhos. Apesar de ficar ausente por dias, onde quer que vá, estou sempre a pensar neles, pois são a causa do meu empenho diário,” contou.
No lar, descreve, o pai tem um papel crucial, apesar de alguns o deturparem, continua a ser fundamental, que é o de educar e prover. “Devemos educar, brincar, e nos esforçar diariamente para que não falta nada à família”, frisou.
Para Eugénia Barros, a figura do pai é fundamental no lar. “O pai é o cabeça principal da família. A própria sociedade o atribui essa responsabilidade”.
Criação dos filhos
A presença do pai na vida dos filhos é fundamental, em especial na construção do carácter deste. O psicólogo Rivaldino Duli afirma que a presença do pai auxilia os filhos a lidarem com diversas situações da vida.
“O papel da mãe costuma a ser percebido e valorizado desde cedo, por ela se vincular com os filhos desde a gestação. Para os pais é diferente. Estamos a falar de aproximação. É um processo construído através de um desejo consciente. Por isso, a ausência do pai pode produzir conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança, e incluir distúrbios de comportamento”.
O psicólogo lembrou que é a partir da interacção com pai que o filho começa a descobrir a relação com o mundo e a desenvolver mais segurança para explorá-lo.
“A autoridade do chefe de família é utilizada para dar orientações seguras , gerar confiança e independência”, disse, acrescentando que a educação dos pais aos filhos é fundamental para o desenvolvimento saudável destes.
A figura paterna, explicou, jamais vai ser substituída por um bem. “A presença do pai nunca vai ser compensada por bens materiais, como brinquedos, quartos espaçosos, ou viagens”.
Pais de primeira viagem realçam cuidado com os filhos
Abraão dos Anjos e Agostinho Mbanza são dois pais, que pela primeira vez estão a aprender a experiência da paternidade.
Abraão dos Anjos é, aos 26 anos, pai de primeira viagem. A filha, Yordanes dos Anjos, tem quatro meses. O engenheiro informático conta que quando descobriu a gravidez o mundo mudou completamente.
“Não tive uma boa reacção. Além de ser uma notícia inesperada, fiquei assustado, com medo, porque não estava preparado. Não tinha emprego, vivia em casa dos pais e ainda estava a frequentar o terceiro ano na universidade. Por isso, no princípio foi difícil”.
Hoje, já casado, considera a paternidade única. “A primeira vez que vi o meu filho e o coloquei nos braços, senti-me diferente. Um homem já não é o mesmo quando sabe que tem um filho. A minha vida passou a ter mais sentido neste momento. Hoje olho para o meu filho e sei que valeu a pena ter enfrentado todas as dificuldades”.
Para Agostinho Mbanza, a história foi bem diferente. Sempre teve o desejo de ser pai. “Quando soube da gravidez fiquei muito feliz. Já esperava a notícia. Hoje me considero alguém com um determinado sentido da vida”, disse, acrescentando que a paternidade traz uma aprendizagem diária. “Não é só trazer alguém ao mundo, há que educar, formar e orientar os caminhos que deve andar”.
O melhor presente que se pode dar a um filho é o amor e carinho de um pai. “Sempre aceitei e encarei a situação com responsabilidade, mesmo com as várias dificuldades financeiras, pois na altura estava desempregado”.
Os elogios dos filhos pela data
O Dia do Pai é uma data comemorativa, cuja finalidade é homenagear todos aqueles que desempenham o papel paternal. A data simboliza o reconhecimento de todo o amor e carinho que os pais dedicam aos filhos.
Assim como acontece no Dia das Mães, os filhos presenteiam, nesta data, os pais em consideração aos cuidados e o afecto que têm recebido.
Para Filomena Marques, de 16 anos, é uma oportunidade de homenagear aquele que a gerou. “Aproveito para dizer-lhe e lembrá-lo do quão importante é para mim e do quanto sou grata por ter um pai amoroso e cuidadoso”, frisou.
Augusto Loureano, de 12 anos, e Magareth Loureano, de 24, são dos que também querem agradecer o pai nesta data, em especial pelo apoio moral, financeiro, assim como o companheirismo e dedicação. “É uma honra ser filhos deste homem gentil, trabalhador, amigo, e excelente pai que muito tem feito pela nossa educação. Gratidão por tudo”.
Com a música do cantor Matias Damásio, intitulada “papá”, Janice Samuel, de 35 anos, vai homenagear hoje o pai, André Samuel, de 76 anos. “Hoje sou uma mulher batalhadora e bem encaminhada graças ao meu pai, que sempre me ensinou a nunca desistir, mesmo quando tudo parece estar acabado. Os pais merecem todas as homenagens dos filhos, pois lutam para conseguirem um futuro melhor e tudo fazem pela felicidade da família”, referiu.
O Chefe de família
Em conversa com alguns pais sobre o papel do pai na qualidade de chefe de família. Paulo Jamba, de 39 anos, frisou que o pai desempenha a função de educador, protector dos filhos e da casa, e de criar condições para sustentá-los e dar uma vida digna a eles.
Paulo Jamba, exemplifica ter uma relação amigável com os filhos e sempre que possível gastar tempo com eles. “É dever do pai, amar, criar, e velar pelo bem-estar dos filhos”.
Já Rosário Luciano, de 42 anos, defende que o pai tem papel tão importante quanto o da mãe na vida de um filho. Cabe a ele ser uma boa referência”, proferiu.
Para António Martins, de 59 anos, a figura paterna deixou de ser autoritária, sem expressão de sentimentos e afecto, e começou a conquistar novos espaços como o de melhor amigo e companheiro dos filhos.
“Ser pai é também ser companheiro e estar presente nos momentos bons e maus dos filhos, apoiar suas escolhas, desde que as mesmas sejam benéficas, e construtivas para o seu desenvolvimento pessoal, académico, emocional e profissional”, frisou.
Dionísio Pascoal, 70 anos, fez saber, que antigamente o progenitor não era amigo dos filhos. Hoje, adiantou, o papel do pai não é apenas impor as regras em casa e pagar as contas, mas também ensinar e estar disponível para a criança, ser amigo é ser um pai presente e exemplar”, disse.
Dalva José disse que um pai é uma bênção para os filhos e agradeceu a oportunidade de ter crescido com o pai até aos 22 anos. “Sinto saudades do meu pai. Infelizmente já não está vivo. Mas cumpriu bem o seu papel de conselheiro”.
A data
A ideia de comemorar o Dia dos Pais surgiu nos Estados Unidos, no ano de 1909, quando Sonora Louise Smart Dood, filha de um ex-combatente da Guerra Civil norte-americana que resolveu homenagear o pai. Assim como no caso do dia das mães, a data foi pensada com o intuito de fortalecer os laços familiares.
Fonte: JA
