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Executivo quer apoio das petrolíferas na diversificação da economia

O ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, manifestou, quarta-feira, em Luanda, o compromisso do Executivo de prestar todo o apoio necessário para que as acções de diversificação da economia continuem, com a participação das companhias petrolíferas.

José de Lima Massano, que discursava na abertura da 4ª edição da Conferência Anual e Exposição do Sector de Petróleo e Gás, afirmou que o Governo não deixará de continuar a fazer os investimentos que se impõem nos recursos naturais, incluindo dos recursos petrolíferos, para que possam a ser explorados.

O ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, destacou, ontem, em Luanda, a importância que o sector petrolífero tem estado a desempenhar para o crescimento e desenvolvimento da economia nacional.

José Massano, que falava à imprensa, à margem da 4ª edição da Conferência Anual e Exposição do Sector de Petróleo e Gás 2023, que decorre sob o lema “Segurança Energética, Desarborização e Sustentável”, apontou que o sector petrolífero continua com o ritmo de crescimento e com a capacidade de estar em linha com a taxa de crescimento da população.

Para o governante, o sector petrolífero representa 30 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) da economia angolana, e 95 por cento das exportações. “Com o programa de diversificação da economia em curso, o sector petrolífero tem desempenhado um papel importante. Estamos conscientes dos desafios que se colocam neste sector”, disse. 

José Massano disse que, apesar do sector petrolífero ter um papel fundamental no crescimento da economia do país, o Governo vai continuar apostar no sector não petrolífero, para que sirva de mola impulsionadora de inclusão social em Angola.

O ministro de Estado indicou que o sector não petrolífero em Angola vai continuar a crescer, apesar do actual momento que a economia nacional atravessa ser desafiante.

Para Massano, a implementação de um conjunto de medidas por parte do Executivo, que visam estimular a economia do país, espera-se que, este ano, o crescimento económico do país registe passos positivos.

“Estamos a colocar ênfase muito grande no sector não petrolífero para que tenha um elevado crescimento económico, capaz de continuar a atender às principais necessidades da população, com destaque para a segurança alimentar. É neste sector que o Governo está apostado para dar melhores condições aos seus cidadãos”, disse.

José Massano indicou que o foco do Governo vai continuar a ser o sector não petrolífero, apesar do sector petrolífero ter uma dinâmica favorável na economia.
Estabilidade de preços

O ministro de Estado para a Coordenação Económica disse que, o Governo continua a enfrentar a pressão dos preços, no mercado nacional, devido à pouca oferta de bens, a problemática dos preços no mercado internacional e a dificuldade de importação, causada com a elevada taxa de câmbio, que ocorreu em Março e Abril deste ano.

José Massano disse que o país continua a viver a situação da taxa de câmbio e da correcção do preço dos combustíveis.

“Não estamos numa situação de descontrolo a este nível, por isso, os parâmetros continuam a ser de razoabilidade, e esperamos que, nos próximos meses, o comportamento dos preços venha a ser mais brando”, apontou.

Para este ano, disse, o Governo não prevê recorrer a títulos de dívida (Eurobonds) para financiar a economia do país.

“O Governo não está a considerar a emissão de Eurobonds para financiar a economia. Estamos a procurar organizar as nossas finanças públicas para sermos capazes de sustentar o Orçamento Geral de Estado com os recursos que temos disponíveis. O Eurobonds poderá ser para o exercício seguinte”, disse.


ANPG assina acordos de parcerias para suporte técnico

A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) assinou, ontem, durante a 4ª edição da Conferência Anual e Exposição do Sector de Petróleo e Gás 2023, três acordos de cooperação técnica e científica, com as universidades Agostinho Neto (UAN), Católica de Angola (UCAN) e o Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC).

Os acordos rubricados têm como objectivo a criação de um programa de cooperação para suporte técnico à ANPG, no âmbito do desenvolvimento e produção energética (petróleo, gás e energias renováveis, nomeadamente biocombustíveis), investigação científica, capacitação do capital humano, através de um programa de formação composto por licenciaturas, mestrados e doutoramentos. 

Identificar e criar as condições necessárias para a realização de estudos e pesquisas sobre temas definidos pelas partes, desenvolver e implementar o plano de formação, disseminar o conhecimento obtido com a realização de experiências ao abrigo deste protocolo, com vista à promoção da investigação científica, cujos resultados devem ser publicados em conformidade com as prerrogativas específicas estabelecidas pelas revistas científicas, constam igualmente do acordo.

O presidente do Conselho de Administração da ANPG, Paulino Jerónimo, que rubricou os acordos, sublinha que o sector petrolífero depende de processos de investigação contínuos e de formação especializada.

 
Janela aberta

Para o presidente do Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC), João Fernando Manuel, o acordo rubricado com a ANPG é uma oportunidade que se abre para a instituição, focado no ensino virado para as engenharias e tecnologias.

A petrolífera Azule Energy rubricou, também, um acordo de parceria com a Sonangol, virado para o processo de descarbonização de petróleo e gás em Angola, no âmbito da iniciativa de redução de gases estufa.

O presidente da Azule Energy, Adriano Mongini, disse que o acordo rubricado com a Sonangol serve para estender a parcerias entre as duas petrolíferas no sector da descarbonização de petróleo.

“A nossa parceria é antiga, por isso, as duas empresas viram em estender a parceria em outras iniciativas, como em energia solar, eólica e hidrogénio azul”, disse. Actualmente, a Azule Energy produz em média, 220 mil barris de petróleo por dia.

 
Conferência

Ontem, no primeiro dia da Conferência, foram abordados temas relacionados com a “Desarborização do Petróleo e do Gás em Angola”, “Promover a diversidade, inclusão e orientação no sector do Petróleo e do Gás” e “Mobilizar capital para as infra-estruturas de Angola”.

O evento que termina hoje, conta com a participação de mais 100 empresas que operam no sector petrolífero, de  40 países, e visa promover negócios, parcerias, descobertas e capitalizar novas oportunidades de comércio e investimentos em Angola.


Angola aposta na transição energética

O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás,  Diamantino Azevedo, fez saber que, a 4ª edição da Conferência Anual e Exposição do Sector de Petróleo e Gás 2023, realiza-se num contexto de transição energética, que obriga a tomada de decisões claras, para garantir a segurança energética e dar respostas aos desafios futuros.

Diamantino Azevedo sublinhou que, em Angola, a segurança energética e a descarbonização estão a ser desenvolvidas no quadro da diversificação da matriz energética.

Para o efeito, acrescentou, o Executivo, além da intensificação de investimentos em projectos hidroeléctricos, tem desenvolvido várias acções ligadas ao segmento fotovoltaico e promovida a reconversão de unidades de produção de energia atómica a diesel para as de gás.

Frisou que o Plano Director do Gás Natural, em fase de consulta, com os parceiros do sector, constituirá a estratégia para o desenvolvimento deste recurso, que poderá contribuir para a diversificação da “economia com a criação de indústrias petroquímicas, siderúrgicas e outras, constituindo oportunidades de investimento principalmente para o sector privado”.

O ministro explicou que, para que a segurança energética seja um facto, o continente deverá ter a capacidade de mobilizar os investimentos necessários para a exploração das suas diversas fontes de energia e desenvolver as infra-estruturas.

Diamantino Azevedo garantiu que o país oferece várias oportunidades de investimento no ramo da indústria petrolífera.  

Destacou que Angola  está a trabalhar para atingir a autossuficiência em derivados do petróleo, com a construção de três novas refinarias em Cabinda, Soyo e Lobito.

Apontou, igualmente, a construção de instalações de armazenagem em terra, como é o caso do terminal oceânico da Barra do Dande, cuja primeira fase deverá estar concluída em 2024, com capacidade para armazenar 582 mil metros cúbicos de gasóleo, gasolina e LPG, e que deverá contribuir para a expansão do fornecimento de combustíveis.


África pode ter 120 biliões de barris de petróleo

O secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Haitham Al-Ghais, disse, ontem, em Luanda, que o continente africano dispõe de uma reserva de cerca de 120 bilhões de barris de petróleo bruto.

Durante a sua intervenção, na margem da 4ª edição da Conferência Anual e Exposição do Sector de Petróleo e Gás 2023, Haitham Al-Ghais fez saber ainda que o continente possui, igualmente, reservas abundantes de  gás natural, estimadas em 18 trilhões de metros cúbicos. 

Segundo as projecções, a população mundial poderá aumentar cerca de 1,6 mil milhões até 2045, e a economia global prevê crescer o dobro, no mesmo intervalo de tempo.

Como resultado desta mudança demográfica e económica, disse, a demanda de energia primária global está prevista aumentar para mais de 23 por cento até ao ano 2045, sendo por isso necessária uma demanda de petróleo de cerca de 110 milhões de barris por dia, até ao ano de 2045.

Para atender às necessidades futuras da demanda, o sector petrolífero mundial vai precisar de um investimento de cerca de 12,1 trilhões de dólares.

Haitham Al-Ghais acrescentou que o continente tem fontes de energia renováveis consideráveis, nomeadamente hidroeléctrica, eólica, solar e biomassa.

Com estes recursos, o continente africano poderá contribuir para a redução da pobreza energética extrema que actualmente se observa, tendo em conta que cerca de 600 milhões de pessoas em África vivem sem acesso a qualquer fonte de energia.

Fonte: JA

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