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Estados devem apresentar contribuições para a Missão de Paz no Leste da RDC

Os Estados-membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), incluindo Angola, que assume, actualmente, a presidência rotativa da Organização, têm até ao dia 2 do próximo mês, para apresentarem as suas contribuições financeiras, materiais e humanas para a Missão de Paz e Segurança na RDC (SAMIRDC).

A decisão saiu da reunião virtual extraordinária do Conselho de Ministros da SADC, que serviu igualmente para reapreciação e revisão do orçamento da Missão desta organização regional na RDC, cujo montante continua em discussão.

A reunião foi orientada pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António, na qualidade de presidente da referida cúpula ministerial, onde as partes avaliaram igualmente os recursos financeiros, humanos e materiais necessários para o cumprimento da missão.

Na abertura da reunião, o chefe da diplomacia angolana solicitou aos países-membros da Comunidade a considerarem o orçamento revisto da SAMIRDC, tendo em conta a sensibilidade que as questões de paz, segurança e a estabilidade política representam para a região e as eleições legislativas e provinciais que acontecem na RDC, no próximo mês de Dezembro.

Téte António recordou que a questão orçamental foi tomada pelos Chefes de Estado e de Governo da SADC na Cimeira de Luanda, por conta das ameaças perpetradas pelos grupos armados que proliferam na região Leste da RDC, com realce para o ressurgimento das acções perpetradas pelo M23.

Nisto, prosseguiu o ministro das Relações Exteriores, a região tomou a firme decisão em solidariedade à RDC, no sentido de desdobrar a Força em Estado de Alerta da SADC, até 30 de Setembro de 2023, com o objectivo de apoiar os esforços de pacificação e de segurança do país vizinho, um posicionamento tomado durante a Cimeira da Troika da SADC e da Troika do Órgão mais os países contribuintes com efectivos, que teve lugar em Maio deste ano, em Windhoek, República da Namíbia.

A reunião extraordinária do Conselho de Ministros da SADC foi encerrada pelo ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, que confirmou à imprensa o prazo estabelecido para o cumprimento das obrigações financeiras.

Angola assume presidência rotativa da SADC na ONU

O representante permanente de Angola junto das Nações Unidas, em Nova Iorque, Francisco José da Cruz, disse, terça-feira, em Nova Iorque, que Angola vai defender uma frente mais unida e uma voz comum para salvaguardar a posição da SADC em questões internacionais fundamentais, como a paz e a segurança, o desenvolvimento sustentável e as alterações climáticas.

Ao discursar depois de assumir a presidência rotativa dos Países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral acreditados na ONU, o embaixador angolano comprometeu-se em prosseguir com o legado de defesa dos interesses e da agenda da SADC em Nova Iorque, inspirado nos princípios e determinação do Pan-africanismo e do multilateralismo.

Francisco da Cruz substituiu no cargo o representante do Congo, numa cerimónia testemunhada por representantes dos Estados-membros e com a presença da secretária executiva adjunta da SADC para a Integração Regional, Angele Makombo N’tumba.

Para o efeito, o responsável reiterou, citando o Presidente da República João Lourenço, aquando da 43ª Cimeira da SADC de Luanda, o compromisso de trabalhar com diligência e sentido de responsabilidade para enfrentar de forma unida, os grandes desafios presentes e futuros que a organização enfrenta.

Angola continua empenhada na promoção do desenvolvimento do capital humano como uma das principais prioridades económicas e sociais da sua presidência, de modo a obter as competências necessárias para melhorar o acesso ao emprego e enfrentar os desafios e oportunidades industriais e de digitalização emergentes nos respectivos países.

Francisco Ramos da Cruz reafirmou, ainda, nesta senda, o compromisso do país trabalhar em estreita colaboração com todos os países da região, num espírito de colaboração e solidariedade para alcançar os objectivos comuns de desenvolvimento para o benefício e o bem-estar das populações.

O diplomata reconheceu os progressos alcançados pela SADC na implementação das prioridades de cooperação e integração regional delineadas na Visão 2050 da Organização e no Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento Regional 2020-30.

Ao proceder à apresentação do informe sobre a visão geral do desempenho da organização em matéria de integração e cooperação regional, a secretária executiva adjunta Angele Makombo N’tumba abordou sobre os pilares de paz, segurança e boa governação, desenvolvimento industrial e integração dos mercados, infra-estruturas em apoio à integração regional, desenvolvimento social e do capital humano, bem como questões transversais. N’tumba referiu que, nos últimos cinco anos, o desempenho da SADC foi afectado por choques relacionados com as alterações climáticas, que resultaram em secas, ciclones, inundações, danos nas infra-estruturas e nas culturas.

Fonte: JA

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