A digitalização de todo sistema no Serviço de Emigração Estrangeira (SME) e na Direção de Trânsito e Segurança Rodoviária (DTSER), para tratamentos de passaportes, da carta de condução e de outros documentos essenciais aos cidadãos nestas instituições do Ministério do Interior (MININT), acabou com as enchentes e os “mixeiros” em todos os postos de atendimento SME e da DTSER, apurou à imprensa.
O Serviço de Migração e Estrangeiros lançou, em Maio deste ano, o novo portal institucional, para a tramitação, controlo e fiscalização de actos migratórios.
Dois meses depois, a Direcção de Trânsito e Segurança Rodoviária implementou um novo portal informativo, que visa facilitar o tratamento de documentos diversos, como carta de condução, livrete, solicitação de matrículas, e inscrições em escolas de condução via online.
Desde a entrada destes serviços nestas instituições, as grandes enchentes deixaram de existir, apurou à imprensa.
Actualmente já não se vêem enchentes em nenhum posto de atendimento do SME ou da Direcção de Trânsito e Segurança Rodoviária, tudo porque os serviços estão agora digitalizados, com os utentes a evitar agora a desliocação até às sedes das instituições para tratarem de documentos.
A única presença que o sistema impõe ao utente é para a colheita de impressões digitais e a assinatura do documento, mas em dia agendado no portal, após fazer o registo, de modo a ter acesso aos serviços.
Mas alguns cidadãos ainda desconhecem o novo funcionamento destas instituições castrenses e são surpreendidos quando se deslocam a fim de tratar de documentos.
Há muitos cidadãos que dizem estar informados sobre a digitalização dos serviços no SME e na DTSER, mas esperavam que o processo fosse célere na entrega dos documentos, o que não tem vindo a acontecer até agora.
Quem renovar ou tiver de tratar do passaporte, assim como da carta de condução, terá de esperar por um longo período de tempo para conseguir este documento.
Mário Fernandes, Carina Adão e Joice Neto Domingos, utentes com quem à imprensa conversou numa das repartições do SME, em Luanda, reconheceram ser melhor o método adoptado pelo MININT ao digitalizar os serviços.
As opiniões de Mário Fernandes, Carina Adão e Joice Neto Domingos são também partilhadas por vários outros utentes com quem a imprensa conversou sobre os serviços da DTSER.
Os utentes são unânimes em admitirem que, desta forma, não há como as pessoas serem enganadas pelos “mixeiros”.
“Mixeiros” são cidadãos, na sua maioria jovens, que ficam junto das instituições públicas e abordam os utentes, oferecendo serviços, que são ilegais, para o tratamento de documentos “sem filas”, e por vezes com maior rapidez na entrega.
Os mixeiros cobram valores muito superiores aos fixados, para tratar dos documentos, e em alguns casos, os pagamentos são feitos apenas após a entrega do respectivo documento.
Muitos deles alegam trabalhar em articulação com agentes das próprias instituições, o que facilita a obtenção e circulação dos documentos.
Esta semana, à imprensa deslocou-se a algumas instituições do SME e da DTSER, onde verificou a pouca movimentação deste “mixeiros” nestas duas instituições do MININT.
Utentes queixam-se de dificuldades no acesso ao cadastramento no portal da DTSER
Na DTSER, várias são ainda as reclamações dos utentes em aceder ao portal, queixando-se de que não é de fácil acesso.
Ao Novo Jornal, muitos utentes dizem que não estão acessíveis as informações e os passos para se proceder ao pedido de carta pela primeira vez.
Em declarações à imprensa, o superintendente-chefe Tomás Culolo, chefe do departamento de telecomunicações e tecnologias de informação da DTSR, explicou que em quase todos os postos da DTSER há um posto de atendimento com técnicos preparados para dar suporte às pessoas que tenham dificuldades em fazer o registo.
Fonte: NJ

