Um total de 100.079 de entradas com visto de turismo, sendo que 45,5% foram oriundos de quatro países – Portugal, Brasil, China e África do Sul. Cerca de 75% são turismo de negócios, mas há um número crescente de cidadãos estrangeiros interessados nas particularidades do País.
Angola registou um crescimento no fluxo de turistas durante os primeiros seis meses de 2025 com a entrada de 100.079 visitantes, um aumento de 32,3% em relação ao mesmo período de 2024, quando o País recebeu 75.632 turistas.
A facilitação de vistos, com destaque para a emissão on-line, e as isenções aplicadas a vários países, contribuíram para o aumento da entrada de turistas, facto reconhecido pela Organização Mundial do Turismo como um avanço estratégico.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, o fluxo de turistas sofreu uma queda acentuada durante a pandemia, mas desde 2022 tem apresentado sinais de recuperação. Estima-se que até ao final deste ano o País possa atingir cerca de 250 mil visitantes, um valor que ainda está abaixo daquilo que são os objectivos do sector.
De acordo com os dados do ministério do Turismo, os principais países emissores de turistas para Angola continuam a ser Portugal, Brasil, China e África do Sul, que juntos representam 45,5% do total dos visitantes. Portugal lidera com 21.614 turistas, seguido pelo Brasil com 9.821, a China com 7.896 e a África do Sul com 6.188. Estes números reflectem o fortalecimento das relações bilaterais e o aumento da visibilidade de Angola como destino turístico nos mercados internacionais.
Além destes países emissores, o presidente da Associação de Hotéis e Resorts de Angola, Ramiro Manuel, defende que Angola precisa de explorar novos mercados como EUA, Canadá e Austrália.
Em termos de perfil dos visitantes, o turismo de negócios mantém-se como a principal motivação de entrada no País, representando 75% das chegadas. No entanto, o turismo de lazer tem apresentado uma tendência de crescimento, com 25.600 turistas a viajarem para férias em Angola no primeiro semestre de 2025, superando assim os 18.511 registados no mesmo período do ano anterior. Este aumento mostra uma maior diversificação na procura turística e o interesse crescente pelas atracções naturais e culturais do Angola. Mas também uma maior competitividade das unidades hoteleiras em termos de preço de estadia face aos países vizinhos.
Promoção externa de Angola
De acordo com o Ministério do Turismo, este desempenho é resultado das campanhas de promoção internacional lideradas pelo órgão de tutela, que tem apostado na divulgação da marca “Destino Angola” nos principais mercados emissores. “A estratégia inclui acções concertadas nos meios de comunicação especializados, visitas de familiarização com operadores turísticos e jornalistas estrangeiros, além da participação em feiras internacionais do sector”, diz o ministério em resposta a um questionário do Expansão.
Adianta também que a marca “Visit Angola”, lançada como parte da estratégia de comunicação, tem sido fundamental para posicionar o País como um destino autêntico e competitivo. A campanha tem destacado os recursos naturais, a diversidade cultural e a hospitalidade angolana, elementos que têm despertado o interesse de turistas em busca de experiências únicas em África.
O ministério do Turismo também reconhece as falhas que o País tem, única forma de poder ultrapassar os constrangimentos que o crescimento do sector enfrenta. “Para além da falta de infra-estruturas (estradas, energia, água e saneamento) nas zonas do país onde existem recursos turísticos e o pouco investimentos em empreendimentos turísticos (hotéis, resorts, etc), bem como em outros equipamentos turísticos que promovam a diversão e o lazer, consideramos que a ausência de uma estratégia consistente para promover Angola como um destino turístico, faz com que o País não seja conhecido e não conste do portfólio das agências que comercializam pacotes turísticos nos países emissores de turistas e, consequentemente, não faça parte das opções dos turistas, no momento da planificação das respectivas férias”, diz.
Fonte: Expansão